As crianças filhas de imigrantes dos colégios de Lodi, na Itália, voltaram a ter acesso à merenda escolar nesta terça-feira (16), graças a uma campanha de arrecadação de fundos que recolheu mais de 60 mil euros para ajudar os menores.
Desde o início do ano letivo, em setembro de 2018, as crianças extracomunitárias (de fora da União Europeia) têm tido dificuldades para obter merendas subsidiadas nos colégios de Lodi, em função de uma mudança promovida pela prefeita Sara Casanova, do partido ultranacionalista Liga.
Até então, o benefício era concedido apenas com base no Indicador de Situação Econômica Equivalente (ISEE), instrumento que mede a condição de vida das famílias em função de sua renda e seu patrimônio.
Contudo, Lodi passou a exigir de imigrantes com filhos em creches e escolas de ensino fundamental um certificado sobre a posse de imóveis ou rendimentos emitido pelo país origem, o que nem sempre é possível obter, já que muitos não têm condições financeiras de retornar a suas nações ou estão na Itália como refugiados.
Como a prefeita não voltou atrás, um grupo chamado "Coordenação por Direitos Iguais" lançou uma campanha de arrecadação para ajudar as crianças imigrantes de Lodi, que vêm sendo obrigadas a comer refeições levadas de casa em mesas separadas.
Os 60 mil euros permitirão bancar as merendas de cerca de 200 crianças ao menos até dezembro, quando o grupo pretende já ter obtido uma vitória na Justiça contra a restrição. Famílias mais pobres pagam apenas 2,15 euros (creches) e 2,20 euros (ensino fundamental) pela merenda, mas os filhos de imigrantes foram inseridos na faixa de renda mais alta e precisam desembolsar cinco euros por refeição.
Daqui para frente, eles arcarão apenas com a tarifa subsidiada, e a campanha solidária financiará o restante.
