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Biden enfrenta dilema com escalada dos protestos sobre Gaza nas universidades

2 mai 2024 - 10h12

Os crescentes protestos nas universidades estão forçando o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a seguir uma linha cuidadosa de crítica ao antissemitismo, ao mesmo tempo em que apoia o direito dos jovens norte-americanos de protestar, tentando limitar os danos políticos de longo prazo.

À medida que violentas repressões policiais e contraprotestos enfrentam manifestações que se espalham pelos campi dos EUA, Biden encara duras críticas à sua política em relação a Israel, tanto da esquerda quanto da direita.

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Estudantes de dezenas de universidades se reuniram ou acamparam nos últimos dias para se opor à guerra de Israel em Gaza, exigindo que as instituições parem de fazer negócios com empresas que apoiam a guerra.

Os protestos contra a guerra e o forte apoio de Biden a Israel têm perseguido o presidente desde o final do ano passado e dividido o Partido Democrata. Na quarta-feira, 57 democratas no Congresso pediram a Biden que retivesse a ajuda a Israel em uma tentativa de impedir um ataque planejado em Rafah.

Assessores de Biden descartam em particular a ideia de que os protestos ou seus apoiadores possam custar a Biden a Casa Branca na eleição presidencial de novembro. Eles apontam para o número relativamente pequeno de participantes, em comparação com cerca de 41 milhões de eleitores elegíveis da "Geração Z" em 2024.

A Casa Branca lançou uma série de políticas favoráveis aos jovens eleitores nos últimos dias, ao emitir novos anúncios de alívio de empréstimos estudantis e medidas há muito planejadas para reduzir as penalidades criminais sobre a maconha, além de condenar uma nova proibição de aborto de seis semanas que entrou em vigor na quarta-feira na Flórida.

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Biden falou raramente, e com cuidado, sobre os protestos nas universidades. "Eu condeno os protestos antissemitas", disse ele em 22 de abril. "Também condeno aqueles que não entendem o que está acontecendo com os palestinos."

Mas, pelo menos enquanto durar o ano letivo, os protestos não vão desaparecer. Os republicanos e a mídia conservadora aproveitaram a questão para criticar Biden.

Alguns democratas alertam que os jovens eleitores, que já não gostam de Biden, podem abandoná-lo por causa de Israel.

Mais de 34.000 pessoas morreram em Gaza, segundo autoridades locais, após ataques de Israel em retaliação à ofensiva do Hamas em 7 de outubro que, de acordo com Israel, matou 1.200 pessoas.

Os EUA são um dos principais fornecedores de ajuda militar a Israel e protegeram o país de votações críticas nas Nações Unidas.

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Pesquisa da campanha de Biden mostra que a maioria dos eleitores de 2024, inclusive os jovens, escolherá um presidente com base em questões como a economia, e não Gaza.

Suas políticas favoráveis aos jovens não são suficientes para garantir apoio, disse Elise Joshi, diretora executiva do Gen-Z for Change, um grupo de jovens ativistas políticos online.

"Eu vejo com bons olhos as políticas sobre a reforma da maconha e a dívida estudantil, mas o presidente não se manifestou sobre esses protestos, o que é o mais importante para os jovens eleitores de todo o país", afirmou Joshi. "A Casa Branca está condenando os estudantes que protestam, mas não ouvimos nada sobre os que atacam os manifestantes."

"LUNÁTICOS FURIOSOS"

Os republicanos, por sua vez, têm usado os protestos para classificar alguns democratas como mercadores do caos e antissemitas.

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O candidato republicano à Presidência, Donald Trump, elogiou na quarta-feira os policiais de Nova York que invadiram um prédio da Universidade de Columbia ocupado por estudantes pró-palestinos e chamou os manifestantes de "lunáticos furiosos".

Uma pesquisa da Quinnipiac University no mês passado apontou que 46% apoiam a ajuda a Israel para a guerra contra o Hamas e 44% se opõem. Mas entre os eleitores registrados dos EUA com idade entre 18 e 34 anos, apenas 25% apoiaram a ajuda a Israel e 66% se opuseram.

Uma pesquisa Reuters/Ipsos em março mostrou que os norte-americanos com idade entre 18 e 29 anos favorecem Biden em relação a Trump por apenas 3 pontos percentuais - 29% a 26% - com o restante favorecendo outro candidato ou não tendo certeza de quem receberia seu voto.

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