Médicos do grupo Médicos Sem Fronteiras preparam a alimentação dos pacientes mantidos em uma área de isolamento de tratamento contra o Ebola, em Kailahun, Serra Leoa, em julho. 20/07/2014
Foto: Tommy Trenchard / Reuters
Bancos internacionais de desenvolvimento estão preparando um pacote de empréstimos de emergência para três países do oeste da África assolados pelo vírus do Ebola, informaram autoridades das instituições nesta segunda-feira, quando líderes africanos se reuniram em Washington para uma cúpula sobre a região.
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O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Donald Kaberuka, declarou à Reuters que o banco irá disponibilizar fundos de imediato para Libéria, Serra Leoa e Guiné, cujos sistemas de saúde pública estão sobrecarregados pela epidemia. O pior surto de Ebola da história já matou quase 900 pessoas desde seu surgimento, em fevereiro.
Funcionários do banco disseram que o financiamento será de quase US$ 60 milhões. “Estes países precisam de apoio estrutural para erguer seus sistemas de saúde” ainda se recuperando de anos de conflito, afirmou Kaberuka. “Temos a ciência, a habilidade e os meios para conter esta coisa. Estou confiante nisso”, acrescentou.
O Banco Mundial anunciou até US$ 200 milhões em financiamento de emergência para Guiné, Libéria e Serra Leoa. O montante também ajudará os países a melhorar os sistemas de saúde e a lidar com o impacto econômica da crise.
O financiamento é parte de um plano de auxílio de US$ 100 milhões lançado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na semana passada. Na sexta-feira, a chefe da OMS, Margaret Chan, declarou que o Ebola está ultrapassando seus esforços para conter o surto e alertou para as consequências catastróficas se a situação se deteriorar.
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Os EUA também irão oferecer mais ajuda para os países afetados e as agências internacionais que combatem a epidemia, fornecendo equipamentos e conhecimento técnico, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.
Autoridades do Departamento de Estado estavam reunidos com o presidente de Guiné, Alpha Condé, e representantes de Libéria, Serra Leoa e Nigéria nesta segunda-feira para discutir o auxílio norte-americano.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que "medidas drásticas" devem ser tomadas para conter o surto de ebola na África Ocidental, que já matou cerca de 400 pessoas. É o maior surto em números de casos, número de mortes e em distribuição geográfica. Na foto, uma equipe está próxima ao corpo de uma vítima
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
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Mais de 600 casos já foram registrados na República da Guiné, onde o surto começou há 4 meses em Guekedou (foto acima). O local já foi um importante posto de troca na região, atraindo comerciantes de diversos países vizinhos.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
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A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou que o surto de ebola está fora do controle. O MSF tem cerca de 300 funcionários nacionais e internacionais trabalhando nos países onde o vírus se espalhou. Outros países estão sob alerta. A foto acima mostra um paciente sendo tratado por funcionários da organização.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
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O ebola é uma doença viral, cujos sintomas inciais podem incluir febre repentina, forte fraqueza, dores musculares e de garganta, segundo a OMS. E isso é só o início: o próximo passo é vômito, diarreia e, em alguns casos, hemorragia interna e externa.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
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O vírus é altamente contagioso,e não tem vacina ou cura, por isso equipes médicas usam roupas especiais para evitar contaminação. Dependendo da força, até 90% dos infectados morrem. Na foto, pacientes esperam resultado de exames de sangue
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
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Os testes de laboratório irão determinar em questão de horas se as amostras contém ou não o vírus do ebola
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
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Após exposição ao vírus na área isolada, roupas e botas das equipes de atendimento são desinfetadas com cloro
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
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Além de cuidar da clínica, a equipe tenta conscientizar as pessoas sobre a doença. No bairro de Touloubengo, colchões são distribuídos a cinco famílias cujas casas foram desinfetadas após a morte de um membro.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
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Sia Bintou passou mais de 10 dias em tratamento, com poucas esperanças de deixar o local viva, mas sobreviveu. Enquanto não há um tratamento específico para o ebola, a equipe tenta fortalecer os pacientes tratando os sintomas.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
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Mas nem todos se salvam. Nessa foto, a família de Finda Marie Kamano, incluindo sua irmã (centro), e outros membros da comunidade, estão presentes em seu funeral próximo a sua casa.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
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A sepultura de Finda Marie é marcada com um broto de árvore
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF
Os presidentes de Libéria e Serra Leoa cancelaram seus planos para comparecer à cúpula para lidar com o surto em casa.
Na Nigéria, onde o americano Patrick Sawyer morreu do Ebola no fim de julho depois de passar pela Libéria, a OMS relatou três novos casos, dois deles prováveis e um possível caso de Ebola. Uma segunda americana que contraiu o Ebola no oeste africano deve chegar a Atlanta na terça-feira, de acordo com o grupo cristão missionário SIM USA.
Serra Leoa e Libéria mobilizaram centenas de soldados nesta segunda-feira em caráter emergencial para combater a doença. O surto começou nas florestas do remoto leste da Guiné em fevereiro.
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Foto: Arte Terra
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