Árabes de Israel podem fazer história e liderar oposição parlamentar

20 set 2019 - 20h43

Os partidos árabes de Israel devem ser o maior bloco não governista do Parlamento --e até liderar a oposição-- se um governo de união nacional surgir das eleições de terça-feira.

Ayman Odeh
05/09/2019
REUTERS/Amir Cohen
Ayman Odeh 05/09/2019 REUTERS/Amir Cohen
Foto: Reuters

Um aumento na participação de eleitores deu à Lista Conjunta dominada pelos árabes 13 dos 120 assentos do Knesset, tornando-a o terceiro maior grupo, atrás do partido de direita Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, com 31 assentos, e da legenda de centro Azul e Branco, de Benny Gantz, com 33.

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Isso tornaria a Lista Conjunta o maior grupo de oposição no Parlamento se um governo de unidade se formar, uma possibilidade realista, embora Gantz tenha rejeitado o convite inicial de Netanyahu.

Nenhum partido da minoria árabe de 21 por cento já fez parte de um governo israelense. Mas se o chefe da Lista Conjunta, Ayman Odeh, de 44 anos, se tornar líder da oposição, ele receberia informações mensais da agência de inteligência Mossad e se encontraria com chefes de Estado visitantes, entre outras vantagens.

Proporcionaria, ainda, um canal para expressar queixas árabes de discriminação e daria uma plataforma maior aos partidos árabes que diferem daqueles da maioria judaica do país em muitos debates políticos.

"É uma posição interessante, nunca antes ocupada por alguém da população árabe. Tem muita influência", disse Odeh a repórteres do lado de fora de sua casa em Haifa, uma cidade árabe e judia no norte de Israel.

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No entanto, embora a Lista Conjunta seja o maior grupo isolado, outros partidos da oposição juntos terão assentos suficientes para bloquear sua nomeação por meio de uma maioria absoluta, disseram analistas.

"Não há como os outros partidos concordarem em ter Ayman Odeh como chefe da oposição e concederem reconhecimento e legitimidade à nossa comunidade", disse Aida Touma-Sliman, uma parlamentar árabe da facção Hadash, de Odeh.

Os parlamentares árabes frequentemente pedem o fim da ocupação de Israel na Cisjordânia e em Gaza, um Estado palestino com Jerusalém Oriental como capital e o desmantelamento dos assentamentos de Israel na Cisjordânia.

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