Após protestos, Irã vai às urnas para renovar Parlamento

Campanha ficou marcada por desencanto dos reformistas

21 fev 2020 - 14h05
(atualizado às 14h26)

Pouco menos de dois meses depois da morte do general Qassem Soleimani em um bombardeio americano no Iraque, o Irã foi às urnas nesta sexta-feira (21) para as eleições parlamentares, encerrando uma campanha marcada pelo desinteresse, sobretudo do eleitorado reformista.

Eleitora iraniana mostra dedo com tinta após depositar seu voto
Eleitora iraniana mostra dedo com tinta após depositar seu voto
Foto: EPA / Ansa - Brasil

A votação começou às 8h (hora local) e estava prevista para terminar às 18h, mas foi prolongada em duas horas porque, segundo a imprensa local, ainda havia pessoas nos colégios eleitorais. Os primeiros resultados devem ser divulgados neste sábado (22), e prevê-se um fortalecimento da ala conservadora no Parlamento.

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"A nação iraniana criará uma nova fonte de orgulho, e nossos inimigos ficarão ainda mais frustrados", afiromu o presidente Hassan Rohani, considerado um reformista.

Já o guia supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que quem se preocupa com o interesse nacional deveria participar das eleições. "O voto é um dever religioso e o cumprimento dos direitos civis do povo", declarou.

As eleições definirão os 290 membros do Parlamento e sete integrantes da Assembleia dos Especialistas, composta por 88 religiosos encarregados de eleger o guia supremo do país.

O Irã conviveu com protestos populares contra o fim dos subsídios aos combustíveis no fim do ano passado, mas a morte de Soleimani, no início de janeiro, provocou uma breve mobilização da sociedade contra os EUA e em uma causa pró-regime.

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Mas a revelação de que a Guarda Revolucionária havia derrubado um avião civil ucraniano enquanto bombardeava bases americanas no Iraque reacendeu a insatisfação popular com o establishment - das 176 pessoas a bordo, 82 eram iranianas.

  
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