Odebrecht colaborará com Justiça mesmo se não atuar no Peru

27 jan 2017 - 21h46
(atualizado em 28/1/2017 às 12h23)

A construtora Odebrecht, investigada pelo pagamento de propinas no Peru, afirmou na sexta-feira que apoiará as investigações feitas sobre o caso, mesmo que não seja mais autorizada a continuar suas atividades no País.

Em duas mensagens publicadas na conta de sua filial peruana no

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Twitter, a Odebrecht garantiu que manterá a "colaboração irrestrita" e que respeitará "a decisão da Justiça e a vontade do governo".

Placa da Odebrecht em obra da Vila Olímpica no Rio; empresa fechou acordo que prevê, segundo procuradores da Operação Lava Jato, pagamento da maior multa do mundo em reconhecimento de delitos de corrupção.
Placa da Odebrecht em obra da Vila Olímpica no Rio; empresa fechou acordo que prevê, segundo procuradores da Operação Lava Jato, pagamento da maior multa do mundo em reconhecimento de delitos de corrupção.
Foto: Getty Images

O pronunciamento da empresa ocorreu um dia depois de o presidente da Odebrecht Latinvest no Peru, Mauricio Cruz, ter afirmado ao jornal "El Comercio" que nenhuma empresa colaboraria com a Justiça se é ordenada a deixar o país.

Essa foi uma resposta direta às declarações do presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, na última terça-feira. Kuczynski disse que a Odebrecht, apesar de ser responsável por grandes obras no território peruano, tem que deixar o país por ter o "defeito" da corrupção.

Ao comentar as declarações de Cruz, o primeiro-ministro do Peru, Fernando Zavala, afirmou que "ninguém ameaça" o governo e anunciou que serão tomadas medidas para proteger os interesses do país.

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No Peru, a Odebrecht pagou US$ 29 milhões em propinas para funcionários públicos entre 2005 e 2014, período que abrange os governos de de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016), segundo o acordo assinado pela companhia com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Nos últimos dias, ex-servidores do governo de García foram presos acusados de ter recebido propina para que a Odebrecht vencesse a licitação para a construção da Linha 1 do metrô de Lima.

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