Capriles: Maduro ser presidente e candidato é uma 'fraude constitucional'

O principal líder da oposição na Venezuela convocou a imprensa na noite desta sexta-feira para “romper o silêncio” sobre a sentença do Supremo Tribunal de Justiça do país, que autorizou o vice-presidente executivo, Nicolás Maduro, a tomar posse como “presidente interino” e ser candidato nas próximas eleições que ele mesmo deve convocar. Henrique Capriles, candidato derrotado por Hugo Chávez em outubro do ano passado, classificou de “fraude constitucional” a decisão da Justiça.

"Não permitiremos que a dor do povo seja desculpa para os abusos de poder", afirmou. "Com a maior firmeza perguntamos: onde querem chegar? Porque nós representamos muitas pessoas que merecem respeito e consideração." "Nas próximas horas vamos tomar algumas decisões e anunciaremos ao país", informou.

Nomeado como sucessor pelo próprio Chávez em dezembro, Maduro foi escolhido para o cargo de vice executivo (um cargo indicado pelo presidente) depois da vitória do Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv) em 7 de outubro. Quando Chávez partiu para Havana, ele assumiu as funções de presidente sob protesto da oposição.

O líder da Mesa da Unidade Democrática (MUD) leu trechos da Constituição para defender sua tese. “O candidato a presidente não pode estar em exercício do cargo”, afirmou Capriles. “Esse juramento que vai acontecer agora é completamente espúrio. Ninguém elegeu Nicolás (Maduro) presidente. O povo não votou em você”, protestou. “Qual é o medo, Nicolás?”, repetiu Capriles várias vezes.