Interpretação de textos interfere diretamente na resolução de problemas matemáticos

Apenas um em cada quatro brasileiros domina plenamente as habilidades de leitura

29 ago 2016 - 14h50

Um hábito resulta no outro: ler com atenção e calma, sem aquela ansiedade de fazer tudo rápido, amplia a chance de se compreender melhor o texto. A regra se estende não só a prática de redação e desenvolvimento do vocabulário, mas a exercícios na área de ciências exatas, como na Matemática. Entender o que o texto pede, envolvendo números e operações, é uma das regras de ouro para o aluno conseguir resolver o problema formulado na prova ou tarefa de casa.

Foto: DINO

A facilidade para acessar qualquer coisa que se quer descobrir na internet é um adversário poderoso para o hábito da concentração, pois tudo leva a uma sensação geral de rapidez e facilidade extremas. "Com o avanço da informática, os alunos estão muito imediatistas e, assim, acabam partindo direto para o cálculo, antes mesmo de saber o que está sendo pedido no enunciado. O aluno que não tem a capacidade de concentração, lê superficialmente", afirma a professora de matemática Marilda Fagundes, do Colégio Positivo Júnior, de Curitiba.

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Uma pesquisa nacional do Instituto Paulo Montenegro e da ONG Ação Educativa, realizada em 2012, ajuda a jogar luz nessa discussão. O resultado principal é de que apenas um em cada quatro brasileiros domina plenamente as habilidades de leitura, escrita e matemática. Isso significa que apenas 25% da população reúne condições para dominar essas habilidades. Diante de um novo perfil de estudante, Marilda afirma ser preciso desenvolver novas técnicas de aprendizado. Elas devem ajudar o aluno a separar a cultura da rapidez do cumprimento dos exercícios em sala de aula.

Algumas dicas simples, mas preciosas, como ler a questão mais de uma vez e destacar as palavras chave fazem a diferença na hora de resolver os exercícios. Nesse hábito de grifar palavras, Marilda adotou inclusive um lema para chamar a atenção dos alunos: "Prova colorida, prova inteligente". O hábito diário da leitura também vai colocar o estudante na rota para compreender a fundo o que se pede em um texto.

Segundo a educadora, a quinta e a sexta séries do ensino básico representam o maior desafio, já que é nessa fase que os estudantes concluem um relacionamento quase exclusivo com as quatro operações para iniciar um contato mais complexo com a Matemática. Firmar uma cultura de atenção na leitura nessa fase do aprendizado é essencial para as séries futuras. "Se eles aprendem hábitos para ler com mais profundidade nessa faixa etária, seguem fazendo o mesmo nas próximas séries, com o desenvolvimento mais forte da percepção", destaca Marilda.

Este é um conteúdo comercial divulgado pela empresa Dino e não é de responsabilidade do Terra
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