Pelo menos 400 estudantes de escolas públicas, de acordo com estimativa da reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), fizeram um protesto na instituição, em Fortaleza, para cobrar a implantação integral da Lei de Cotas. Segundo a reitoria, os estudantes invadiram o prédio e quebraram equipamentos eletrônicos, uma porta e vidraças. A Polícia Militar foi acionada e dispersou os manifestantes.
Cotas: desafio agora é garantir permanência do novo aluno
Nesta manhã, representantes do Conselho Universitário estavam reunidos para discutir a forma de adesão da instituição à Lei das Cotas, que determina que em quatro anos todas as universidades públicas federais e os institutos técnicos federais reservem, no mínimo, 50% das vagas para estudantes que tenham cursado todo o ensino médio em escolas da rede pública, com distribuição proporcional das vagas entre negros, pardos e indígenas. A lei diz ainda que metade das vagas reservadas às cotas sociais - ou seja 25% do total da oferta - sejam preenchidas por alunos que venham de famílias com renda de até um salário mínimo e meio per capita.
A adesão das universidades às cotas pode ser parcial, completando os 50% em quatro anos. No entanto, os manifestantes queriam que a UFC passasse a seguir a regra na íntegra a partir deste ano. Um grupo de alunos chegou a ser designado para apresentar a proposta na reunião do Conselho, mas como a manifestação não foi interrompida, a reitoria decidiu cancelar o encontro.
Ainda nesta terça-feira, o reitor fará um pronunciamento sobre como devem ficar as regras para as cotas na universidade.