BA: professores se preparam para identificar violência infantil
20 mar2011 - 08h32
Cartola - Agência de Conteúdo
Especial para o Terra
A violência contra crianças e adolescentes é uma realidade que muitas vezes passa despercebida por professores e coordenadores de ensino nas salas de aula do País. Segundo o artigo número 245 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é obrigatoriedade dos profissionais da educação comunicarem ao órgão competente toda suspeita ou confirmação de violência contra um menor de idade.
Apesar da lei, a prática se mostra muito mais problemática, pois muitos professores não sabem como se portar diante de uma criança que apresenta hematomas. Foi percebendo isso que a Rede de Desenvolvimento Social da Bahia (Redes) criou o projeto Escola Aprovada, que pretende preparar educadores para detectar e denunciar casos de abuso infantil.
Como distinguir se os machucados são agressões físicas ou simples sequelas de brincadeiras infantis? Como abordar a criança para conversar sobre o assunto? Deve-se falar com os pais antes de ir à polícia? E se for feita a denúncia e não for uma agressão? Profissionais da rede pública brasileira se sentem conflitados com essas dúvidas diariamente, pois ao mesmo tempo em que acreditam que seu dever como educadores é o de proteger seus alunos, também ficam receosos e com medo de se indispor com os responsáveis e a escola. É o que afirma Sílvia Barreto Brito Malta, que se encontra à frente do projeto Escola Aprovada que deve lançar seu primeiro curso no município Santo Antônio de Jesus, na Bahia.
"A denúncia de casos de violência, principalmente do tipo sexual, no território é extremamente baixa. Isso ocorre por várias razões, uma delas é o forte tabu que esse tema provoca e a cultura patriarcal do recôncavo da Bahia. Mas o fato é que a falta de notificação impede a construção de políticas adequadas de proteção e defesa dos menores de idade. Queremos combater isso", explica a coordenadora.
Com este objetivo, a dinâmica da ação, que está sendo financiada pelo Fundo Brasil de Direitos Humanos, vai começar com a preparação de professores para lidar com os casos de agressão. "A capacitação realizada formará profissionais de educação para que possam identificar sinais de violência, abordar adequadamente a criança vitimada e identificar famílias que apresentem indicadores de risco de agressões. Isso irá acontecer através de aulas com especialistas da saúde e da educação," diz Sílvia.
O curso inaugural de 30 horas deve acontecer no final de março e espera em torno de 30 professores. "Esses 30 professores, que chamamos de grupo gestor, vão ser capacitados para dar o mesmo curso em suas escolas, assim conseguiremos atingir um número grande de profissionais", explica. O esperado é que o projeto envolva 300 profissionais integrantes do sistema de educação do município, e mais de 9 mil alunos das escolas públicas da região.
Depois disso, será criado um Comitê de Enfrentamento da Violência contra crianças e adolescentes formado por representantes das escolas no município. O objetivo é criar uma rede sólida de notificação, onde os professores possam se reunir para denunciar casos de agressão e para que recebam de imediato ajuda governamental para resolver essas questões: "Esperamos que essa iniciativa promova a interrupção de ciclos de violência e a melhora nas relações familiares. Além disso, acreditamos que isso irá contribuir para gerar impactos positivos no baixo rendimento escolar e no elevado índice de evasão e abandono escolar detectados no município de Santo Antônio de Jesus. Espera-se ainda que o projeto possa gerar um ambiente de proteção e defesa em todas as instituições locais, inserindo definitivamente a temática na rotina dos professores", conclui Sílvia.
A escola informou que privilegia o contato com a natureza como forma de educar
Foto: Ney Rubens
2 de 38
A designer de interiores Daniela de Assis Ferreira, mãe da aluna Izabela, 10 anos, aprova a formação dada pela escola de Minas Gerais
Foto: Ney Rubens
3 de 38
A diretora do instituto da Criança de Belo Horizonte, Margarida Lélis Figueiredo, aposta no contato com a natureza como diferencial na formação dos alunos
Foto: Ney Rubens
4 de 38
A escola conta com um zoológico com mais de 100 animais, como araras, pavões, tartarugas e coelhos
Foto: Ney Rubens
5 de 38
Segundo a escola, as crianças aprendem que o mesmo cuidado que se deve ter com os animais e com as plantas, deve ser mantido em relação aos colegas
Foto: Ney Rubens
6 de 38
Além do zoológico, a escola conta com um espaço onde são cultivadas árvores frutíferas
Foto: Ney Rubens
7 de 38
As crianças aprendem a plantar as ávores e a forma de cultivo
Foto: Ney Rubens
8 de 38
A escola atende cerca de 600 alunos na região centro-sul de Belo Horizonte
Foto: Ney Rubens
9 de 38
De acordo com a escola, o contato com a natureza faz com que as crianças aprendam na prática as lições ensinadas em aula
Foto: Ney Rubens
10 de 38
Espaço na escola reúne diversas espécies de animais
Foto: Ney Rubens
11 de 38
Crianças brincam em parquinho montado nas proximidades do minizoológico
Foto: Ney Rubens
12 de 38
Parquinho para crianças em escola de Belo Horizonte foi construído em meio a árvores
Foto: Ney Rubens
13 de 38
A escola Apoena, em Londrina (PR), também aposta no contato com a natureza para atrair os alunos
Foto: João Fortes
14 de 38
A instituição atende 140 crianças no berçário, educação infantil e ensino fundamental
Foto: João Fortes
15 de 38
A escola tem uma estrutura preparada para receber animais, doados ou emprestados por pessoas que admiram o interesse das crianças pelos bichos
Foto: João Fortes
16 de 38
O cuidado com as plantas também faz parte do aprendizado dos alunos, que cultivam uma horta montada na escola
Foto: João Fortes
17 de 38
A mascote dos alunos é a cachorra Lila, uma Cocker de 14 anos, moradora da escola
Foto: Divulgação
18 de 38
O animal circula livremente pelo quintal e recebe cuidados das crianças
Foto: Divulgação
19 de 38
Desde pequenos, alunos aprendem a cuidar das plantas na horta da escola
Foto: Divulgação
20 de 38
Crianças montaram até um "insetário" onde são apresentadas as espécies
Foto: Divulgação
21 de 38
Mãe de duas alunas, Letícia Figueiredo afirma que a escola proporciona aprendizados e brincadeiras que têm se perdido ultimamente
Foto: Divulgação
22 de 38
As aulas de robótica fazem parte da grade curricular do Colégio Apoio, em Recife (PE), a partir do sexto ano
Foto: Celso Calheiros
23 de 38
Alunos apresentam trabalho criados nas aulas de robótica em escola de Recife
Foto: Celso Calheiros
24 de 38
Estudantes se preparam para dois concursos internacionais de robótica que vão participar este ano, nos Estados Unidos e na Turquia
Foto: Celso Calheiros
25 de 38
Ter espírito empreendedor, encarar os desafios, gostar de pesquisas e ser dedicado são requisitos para participar das competições
Foto: Celso Calheiros
26 de 38
Segundo a escola, as aulas de robótica auxiliam na formação dos alunos
Foto: Celso Calheiros
27 de 38
Estudantes criam robôs para participar das competições internacionais
Foto: Celso Calheiros
28 de 38
Aluno mostra com orgulho os materiais criados nas aulas de robótica
Foto: Celso Calheiros
29 de 38
Escola aponta que as aulas de robótica são importantes na preparação dos jovens para o futuro
Foto: Celso Calheiros
30 de 38
Segundo a professora Érica Stier, os alunos voltam para a sala de aula com empolgação para aprender os conteúdos
Foto: Divulgação
31 de 38
A Escola Educativa, em Londrina (PR), inseriu a disciplina de empreendedorismo na grade curricular há cerca de 10 anos
Foto: João Fortes
32 de 38
Na formação dos empreendedores mirins, a escola realiza uma atividade de simulação da criação de empresas
Foto: Divulgação
33 de 38
Em uma feira, no próprio colégio, os alunos montam seus espaços e vendem produtos para pais e professores
Foto: Divulgação
34 de 38
Alunas escolheram vender lenços e montaram seu espaço na feira organizada pela escola
Foto: Divulgação
35 de 38
Segundo a escola, alunos ficam mais participativos em aula com as atividades de empreendedorismo
Foto: Divulgação
36 de 38
A escola também realiza atividades externas, como esportes radicais
Foto: Divulgação
37 de 38
Alunos realizam atividades para aprender a superar desafios
Foto: Divulgação
38 de 38
As crianças e adolescentes da escola aprendem não apenas como gerir um negócio, mas também valores como ter autonomia e vencer os medos