Delegada presa com R$ 1,8 milhão diz sofrer ameaças na cadeia

Adriana Belém foi presa na Operação Calígula, do Ministério Público do Rio de Janeiro, que investiga redes de azar

23 mai 2022 - 17h00
(atualizado às 17h34)
Delegada Adriana Belém
Delegada Adriana Belém
Foto: Reprodução | Redes Sociais

Adriana Belém, delegada que foi presa em flagrante com cerca de R$ 1,8 milhão, diz sofrer ameaças de outras presas no Instituto Penal Oscar Stevenson, na zona norte do Rio de Janeiro, e defesa reitera pedido de revogação de prisão preventiva ou conversão em prisão domiciliar. A agente é alvo da Operação Calígula, realizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro contra redes de azar.

Segundo informações do jornal O Globo, a defesa alega que a integridade física e psicológica da delegada correm risco. Isso porque, embora esteja em cela individual, Adriana divide galeria com detentas de facções criminosas que ela já combateu.

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Na petição enviada ao juiz Bruno Monteiro Ruliere, da 1ª Vara Especializada do Tribunal de Justiça, os advogados afirmam que Adriana Belém "tem sofrido com falas em tons ameaçadores das demais presas, incluindo expressões como ‘Você é alemã’, em clara referência a 'rival', e citam registrados da unidade prisional com as ocorrências. 

O documento da defesa também menciona um ofício da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), que informa que Adriana Belém está "em cela individual, que dispõe, estruturalmente, de cama, colchão, vaso sanitário e chuveiro", mas destaca a falta de informações sobre a quantidade de "presas que compõem o efetivo da galeria" e sobre as "medidas de segurança adotadas para garantir a integridade da delegada na unidade prisional, composta por presas das mais variadas facções criminosas e imputações penais".

Os advogados citam ainda o artigo 295 do Código de Processo Penal, que prevê que delegados de polícia devem ser recolhidos em local distinto da prisão, como quartéis ou a prisão especial antes da condenação definitiva, e ainda um decreto estadual que impõe a Cadeia Pública Constantino Cokotós, em Niterói, como local de custódia cautelar dos servidores homens de órgãos de segurança pública.

A equipe do Terra tentou contato com a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (SEAP) e com os advogados de Adriana Belém, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno.

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Relembre o caso

A delegada licenciada da Polícia Civil Adriana Belém foi presa no último dia 10, após ter a prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. 

Adriana é um dos alvos da operação Calígula, deflagrada pelo MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) contra uma rede de jogos de azar supostamente liderada pelo contraventor Rogério de Andrade, junto de seu filho Gustavo, com participação de ‘dezenas’ de criminosos, entre eles Ronnie Lessa, acusado pelo assassinato a tiros da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.

Em um mandado de busca na casa da delegada licenciada, localizada em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, foram apreendidos cerca de R$ 2 milhões em espécie. O dinheiro, segundo o MPRJ, foi localizado em sacolas e em uma mala. 

"O gigantesco valor em espécie arrecadado na posse da acusada aliado aos gravíssimos fatos ventilados na presente ação penal, têm-se sérios e sólidos indicativos de que a ré apresenta um grau exacerbado de comprometimento com a organização criminosa e/ou com a prática de atividade corruptiva", disse o juiz Bruno Monteiro Ruliere ao decretar a prisão de Adriana Belém.

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Fonte: Redação Terra
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