"Charlie Hebdo" não fará mais caricaturas de Maomé

16 jul 2015 - 17h56

Laurent Sourisseau, editor do semanário satírico, diz a revista alemã que agora é a vez de outros fazerem esse trabalho. Declaração é dada seis meses após atentado.

Seis meses após o atentando à redação do semanário Charlie Hebdo, o editor-chefe da publicação, Laurent Sourisseau, de 48 anos, afirmou que não pretende mais fazer caricaturas de Maomé.

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"Nós desenhamos o Maomé para defender o princípio de que se pode desenhar tudo o que quisermos", disse Sourisseau na quarta-feira (15/07) à revista alemã Stern.

O editor afirmou também que a redação não fez as caricaturas do profeta muçulmano por interesses próprios, mas para a sociedade francesa.

"É um pouco estranho. Esperam de nós uma prática de liberdade, que, na verdade, ninguém se atreve mais. Nós fizemos nosso trabalho. Nós temos o direito de defender as caricaturas. Agora a vez é dos outros", ressaltou o caricaturista, que assumiu a coordenação da revista após a morte no atentando do então editor-chefe, Stéphane Charbonnier.

Na entrevista, o editor falou também sobre o atentando. Ele contou que ninguém na redação mudou a forma de trabalho e começou a se censurar. "Nós acreditamos ainda que nós temos o direito de criticar todas as religiões", disse.

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No dia do atentando, Sourisseau também estava sentado à mesa da reunião e levou um tiro no ombro. "No fim de tudo não se ouvia um som", contou. "E eu entendi que a maioria estava morta."

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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