Trump divulga mensagem de apoio a Bolsonaro

Texto não esclarece motivação, mas vem no mesmo dia em que CPI pediu o indiciamento do presidente por vários crimes

27 out 2021 - 06h32
(atualizado às 07h16)
Trump e Bolsonaro, durante a cúpula do G20 no Japão em 2019
Trump e Bolsonaro, durante a cúpula do G20 no Japão em 2019
Foto: DW / Deutsche Welle

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump divulgou uma mensagem de apoio ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro, a quem tece vários elogios e chama de "grande amigo". O comunicado de apenas cinco frases, intitulado "Endosso ao presidente Jair Bolsonaro", não deixa claro o motivo de ser divulgado agora, mas veio no mesmo dia em que senadores votavam o relatório final da CPI da Pandemia, que tem Bolsonaro como um dos alvos.

Também na terça-feira, 26, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciou um julgamento que pode levar à cassação da chapa presidencial de Bolsonaro e do vice Hamilton Mourão.

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"O presidente Jair Bolsonaro e eu nos tornamos grandes amigos ao longo dos últimos anos", inicia a mensagem de Trump, de quem Bolsonaro sempre foi um fã declarado. "Ele luta muito por, e ama, o povo do Brasil - como eu faço pelo povo dos Estados Unidos", continua.

"O Brasil tem sorte de ter um homem como Jair Bolsonaro trabalhando por ele. Ele é um grande presidente e nunca vai decepcionar o povo de seu grande país!", conclui o ex-presidente.

O comunicado não menciona a CPI da Pandemia, tampouco o julgamento no TSE. O tribunal avalia se Bolsonaro e Mourão cometeram os crimes de abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação social para a realização de disparos em massa de mensagens durante a campanha eleitoral de 2018. Três ministros já votaram, todos contra a cassação da chapa.

Por sua vez, o relatório final da CPI foi aprovado na noite de terça-feira, por sete votos a quatro, e pede o indiciamento do presidente por sete crimes comuns, além de crimes de responsabilidade e contra a humanidade por sua gestão da pandemia.

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O relatório pede ainda o banimento de Bolsonaro das redes sociais, após ele usar uma live para fazer declarações que associaram falsamente as vacinas contra covid-19 ao risco de desenvolver aids.

A live repleta de mentiras acabou sendo excluída pelo Facebook, Instagram e YouTube. A última plataforma também suspendeu a conta do presidente por sete dias. Não é a primeira vez que o presidente tem conteúdo apagado pelas redes ao longo da pandemia. No ano passado, ele teve publicações com conteúdo falso suprimidas pelo Twitter e Facebook.

Alinhamento com Trump

Assim como Bolsonaro, Trump também usava as redes sistematicamente para espalhar mentiras e ataques enquanto presidente americano. No início do ano, Twitter, Facebook e YouTube acabaram banindo o republicano após ele estimular a invasão do Capitólio, a sede do Congresso do país, uma ação que resultou na morte de cinco pessoas. Ele segue banido.

Quando Trump estava no poder, Bolsonaro implementou um alinhamento sem ressalvas com o governo do republicano e demorou a admitir a derrota dele nas eleições americanas de 2020, afirmando - sem provas - que o atual presidente, Joe Biden, só ganhou o pleito por causa de fraudes.

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O líder brasileiro foi o último chefe de Estado do G20 a reconhecer a vitória eleitoral de Biden, depois de até mesmo adversários dos EUA, como o russo Vladimir Putin.

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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