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Sob protestos, Ahmadinejad é recebido por Lula em Brasília

23 nov 2009 - 12h57
(atualizado às 15h30)
Keila Santana
Direto de Brasília

Sob protestos de brasileiros e israelenses, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve o ritual para recepção de chefes de Estado com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.

Com sorriso, Lula recebe Ahmadinejad em Brasília
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Em frente ao Palácio do Itamaraty, um grupo de manifestantes reclamou da visita do iraniano ao Brasil, e principalmente do diálogo mantido com o presidente Lula após as polêmicas declarações de Ahmadinejad sobre o holocausto, homossexualismo e armas nucleares.

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Não houve confronto com a polícia, que destacou o Batalhão da Cavalaria para conter qualquer tentativa de aproximação dos manifestantes da comitiva do presidente iraniano. Ahmadinejad chegou sorridente para o cumprimento inicial ao presidente Lula.

Considerado um dos maiores inimigos dos Estados Unidos e dos direitos humanos, o presidente do Irã classifica o presidente Lula como amigo. No Brasil, Ahmadinejad chegou acompanhado de uma comitiva com 200 empresários que vão tratar de negócios nas áreas de agricultura, mineração e energia, além de ciência e tecnologia.

O tema paz no Oriente Médio, no entanto, é o que vai ocupar a maior parte da agenda. É a primeira vez que um presidente da República Islâmica do Irã vem ao Brasil e Lula deve repetir a Mahmoud Ahmadinejad o mesmo discurso feito ao presidente de Israel, Shimon Peres, e da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas: que a paz é possível no Oriente Médio mantendo a autonomia das nações.

O presidente Lula contrariou a opinião e conselhos de diversas autoridades americanas e da América Latina para que não recebesse Ahmadinejad no Brasil.

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Sobre a reprovação internacional do projeto nuclear iraniano, o presidente Lula defende que o país tem direito a usar a energia nuclear para a paz, como alternativa ao petróleo e gás.

Os não simpatizantes do governo iraniano acreditam que o presidente Lula tem a "obrigação moral" de dizer a Ahmadinejad que o Brasil não concorda com o autoritarismo e opressão a que os iranianos estão expostos.

Manifestações pró e contra

Entre os manifestantes favoráveis à visita de Ahmadinejad estão os que criticam o chamado imperialismo americano e apreciam os governos do venezuelano Hugo Chávez e do boliviano Evo Morales. O grupo dos que são contra a visita é formado por representantes da comunidade judaica, entre eles um sobrevivente do Holocausto.

O aposentado Ben Abraham passou por diversos campos de concentração durante um período de cinco anos e meio incluindo o de Auschwitz, na Polônia. Abraham classificou as declarações de Ahmadinejad de "absurdas" - o iraniano nega a ocorrência do Holocausto execução em massa de judeus e de outras minorias durante o nazismo. Segundo o judeu, alguns campos de concentração que ainda permanecem intactos servem de alerta para a humanidade.

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"O presidente do Irã, mesmo com sobreviventes do nazismo, como eu e outros, nega o Holocausto. O tempo está passando", afirmou Abraham. "Quando o nazismo começou, eu tinha 14 anos. Vou completar 85 anos."

Durante as manifestações, o presidente da Juventude Judaica Organizada, Gilberto Ventura, afirmou que as críticas a Ahmadinejad não dizem respeito à visita em si, mas consistem em trazer ao povo e ao governo brasileiros a consciência de questionar o que ocorre no Irã e que tipo de valores o presidente iraniano representa.

"A ideia não é chegar aqui e dizer ao Lula que não o receba. O recado é: abra os olhos", disse. "Já houve momentos na história com pactos absurdos, como entre Stalin Josef Stalin, líder da União Soviética de 1922 a 1953 e Hitler Adolf Hitler, líder do Nacional-Socialismo alemão, de 1933 a 1945."

O coordenador nacional do Movimento Democracia Direta, Acelino Ribeiro, levantou faixas de boas-vindas ao líder iraniano e disse que a visita deve ficar marcada na história de ambos os países. Ele se diz convencido de que Lula e Ahmadinejad vão discutir propostas que contribuam para um projeto de luta pela paz mundial.

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Com informações da Agência Brasil

Fonte: Especial para Terra
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