O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou nesta segunda-feira, 22, que o atraso para a entrega do novo trecho da Rodoanel Norte se deu por conta da Operação Lava Jato e da corrupção de governos anteriores.
"Sobre essa obra se abateu um grande problema, o problema da corrupção, uma chaga que assola o Brasil. Nós enfrentamos aqui e nós vimos aqui a Operação Lava Jato daqueles governos que se acostumaram a viver na corrupção", disse Tarcísio. "E, por isso, essa obra ficou parada. Por causa da Lava Jato, por causa da corrupção."
Em discurso na inauguração do primeiro trecho da Rodoanel Norte no município de Arujá, Região Metropolitana do Estado, o chefe do Executivo paulista também criticou as "promessas" feitas pelas gestões anteriores. No entanto, não deu mais detalhes sobre a relação entre o atraso das obras e a corrupção apontada.
Ao longo do evento, o presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte (Artesp) relembrou a participação da Odebrecht, atual grupo Novonor, na concretização do projeto. "Parabéns à Odebrecht", disse ao prometer a entrega do último trecho até a Rodovia dos Bandeirantes no ano que vem.
A retomada do empreendimento ocorreu em 2023, após o leilão que concedeu a rodovia à empresa Via Appia. Pelo contrato, a concessionária será responsável pela administração do Rodoanel Norte por 31 anos e deverá investir R$ 2 bilhões para a conclusão das obras. O governo estadual aportará outros R$ 1,4 bilhão, resultando em um investimento total de R$ 3,4 bilhões no projeto.
Está previsto que o segundo trecho deve ser entregue no segundo semestre de 2026. Segundo o governador, a inauguração desta segunda-feira foi feita seis meses antes do previsto.
Com 24 quilômetros, o novo trecho será liberado ao tráfego na terça-feira, 23. Ele vai do km 129 ao km 153, ligará as rodovias Fernão Dias e Presidente Dutra, com conexão ao trecho Leste do próprio Rodoanel, na altura da Rodovia Ayrton Senna.
Também compareceram ao evento o vice-governador Felício Ramuth; o presidente da Assembleia Legislativa, André do Prado (PL); e o prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), Aloizio Mercadante, esteve presente e foi vaiado pelo público de Tarcísio ao defender os feitos do governo Lula.
Em tom elogioso, o governador também exaltou o ex-presidente Jair Bolsonaro ao destacar que a concessão da Rodovia Presidente Dutra. Segundo ele, o projeto resultou em ampliação de faixas, melhorias na Serra das Araras e maior capacidade da via, reforçando a narrativa de continuidade e legado de investimentos em infraestrutura iniciados no governo anterior.
"Uma rodovia concedida, pensada, trabalhada, projetada, licitada, leiloada, com contrato assinado na gestão do presidente Bolsonaro", afirmou Tarcísio aos gritos de "mito". "Eu participei. Vi isso acontecer no Ministério da Infraestrutura. E nos deixamos esse presente para o Brasil, de quem pensa Estado."