Sérgio Moro começa a ser julgado nesta sexta (3) pela Primeira Turma do STF

O senador Sergio Moro (União-PR) volta ao centro das atenções do Supremo Tribunal Federal. A Primeira Turma da Corte inicia, nesta sexta-feira, 3 de outubro.

3 out 2025 - 09h11

O senador Sergio Moro (União-PR) volta ao centro das atenções do Supremo Tribunal Federal. A Primeira Turma da Corte inicia, nesta sexta-feira, 3 de outubro, a análise de um recurso do ex-juiz da Lava Jato, acusado de caluniar o ministro Gilmar Mendes em uma declaração feita durante uma festa junina, em 2023.

Sérgio Moro começa a ser julgado nesta sexta (3) pela Primeira Turma do STF
Sérgio Moro começa a ser julgado nesta sexta (3) pela Primeira Turma do STF
Foto: Pedro França / Agência Senado / Portal de Prefeitura

Na ocasião, viralizou nas redes sociais um vídeo em que Moro, em tom irônico, faz referência ao ministro. Ao ouvir de uma mulher que ele estaria "subornando o velho", respondeu: "Não, isso é fiança. Instituto para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes". Para a Procuradoria-Geral da República, a fala configura calúnia, pois atribui falsamente a prática de corrupção passiva a um integrante do STF.

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A denúncia foi aceita em junho de 2024, tornando Moro réu no processo. A relatora, ministra Cármen Lúcia, destacou que a alegação de se tratar de uma "piada infeliz" não isenta a responsabilidade do senador. "Brincadeira não autoriza a ofensa à honra de ninguém, muito menos pode servir de justificativa para o crime de calúnia", afirmou à época.

Agora, caberá aos ministros Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux e à própria Cármen Lúcia reavaliar o caso no plenário virtual. O julgamento começa às 11h desta sexta-feira e se estende até o próximo dia 10. Moro busca reverter a decisão e afastar a acusação. 

Relembre o caso

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), comunicou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sobre a decisão da 1ª Turma que tornou o senador Sergio Moro (União-PR) réu por suposta calúnia contra o ministro Gilmar Mendes. Moraes é presidente do colegiado.

O ofício foi enviado nesta terça-feira, 10 de setembro, um dia depois da publicação do acórdão do julgamento. A partir do acórdão, abre-se prazo para ajuizar recurso contra a decisão.

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O Supremo recebeu a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em junho deste ano e abriu uma ação penal contra o ex-juiz.

Moro vai responder criminalmente por sugerir que o decano da Corte venderia decisões judiciais.

"Não, isso é fiança, instituto... pra comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes", afirmou o ex-juiz em um vídeo antigo que repercutiu nas redes sociais em abril de 2023.

O vídeo foi gravado quando Sérgio Moro ainda não era senador, mas os ministros decidiram que, como a gravação veio a público durante o exercício do mandato, o STF tem competência para julgar o caso.

Sobre suposta calúnia de Moro contra Gilmar Mendes

No último dia 4, Moro se tornou réu no STF após supostamente caluniar Gilmar Mendes. O caso em questão se refere a um vídeo de oito segundos, gravado em uma festa junina, em que o ex-juiz da Lava Jato aparece falando sobre "comprar um habeas corpus de Gilmar Mendes".

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A denúncia foi feita pela PGR e estava parada desde maio do ano passado. Moro pode responder criminalmente por calúnia e, caso condenado a mais de quatro anos de prisão, poderá perder o mandato de senador.

Desde que a gravação veio a público, em abril de 2023, o senador negou em diversas ocasiões qualquer acusação ao ministro. Ele diz que não teve a intenção de ofender o decano do STF e que a declaração foi uma "brincadeira" tirada de contexto por "pessoas inescrupulosas".

Na tribuna do STF, o advogado Luís Felipe Cunha, que representa Sérgio Moro, afirmou que a expressão foi "infeliz", "em um ambiente jocoso", mas argumentou que não foi o senador quem editou e espalhou o vídeo nas redes. A defesa também disse que Moro tem um "imenso respeito" por Gilmar Mendes e não o acusou de vender sentenças. "Foi uma brincadeira", disse o advogado. "Nenhum fato determinado foi atribuído ao ministro", completou.

No julgamento desta terça-feira, a Segunda Turma analisou um pedido da PGR contra uma decisão de Gilmar que encerrou um processo criminal que acusava o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) de receber propinas da Queiroz Galvão.

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A denúncia já havia sido rejeitada pela Segunda Turma do STF por falta de provas em agosto de 2021. Para a PGR, o processo contra a Queiroz Galvão não pode ser encerrado devido ao trancamento da ação contra Eduardo da Fonte.

Durante um voto de mais de uma hora, onde defendeu a rejeição do pedido da PGR, Gilmar Mendes criticou a atuação do Ministério Público Federal no Paraná, então liderado por Deltan Dallagnol, e da 13º Vara Federal de Curitiba, chefiada na época por Moro, durante a Operação Lava Jato.

Após o voto de Gilmar, o ministro André Mendonça pediu vista (mais tempo para analisar o processo) e paralisou o julgamento.

Da redação do Portal com informações do Estadão Conteúdo. 

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