Relator da CPMI do INSS pede novamente convocação de Lulinha

19 dez 2025 - 11h12

O relator da CPMI do INSS, Alfredo Gaspar (União-AL), protocolou nesta sexta-feira, 19, requerimento em que pede, novamente, a convocação de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No início do mês, a comissão rejeitou um requerimento anterior, devido à articulação da base do governo para garantir maioria no colegiado.

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A proposta voltou a ganhar força após a Polícia Federal revelar que o lobista Antônio Carlos Camilo, o "Careca do INSS", fez repasses de R$ 300 mil a uma amiga de Lulinha, a empresária Roberta Luchsinger. Os repasses, segundo a investigação, eram destinados a uma pessoa identificada como "o filho do rapaz".

A PF diz que, no total, uma consultoria do "Careca do INSS" transferiu R$ 1,5 milhão para a empresa de Roberta, em sucessivos pagamentos de R$ 300 mil. Ela foi alvo de busca e apreensão e de tornozeleira eletrônica na operação deflagrada nesta quinta-feira, 18.

A investigação também encontrou diálogos entre o "Careca do INSS" e Roberta, nos quais há referências a "Fábio" e a "nosso amigo". A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça não cita Fábio Luís nominalmente.

Um requerimento para que Roberta preste depoimento na CPMI também foi protocolado por Gaspar. O relator também pediu a convocação do senador Weverton Rocha (PDT-MA), de seu ex-assessor Gustavo Gaspar e do agora ex-secretário-executivo do Ministério da Previdência Social Adroaldo Portal. Segundo a Polícia Federal, o trio agia em conjunto sob comando do parlamentar, que seria o operador político do esquema.

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Segundo a Polícia Federal, Weverton Rocha é sócio oculto do esquema de descontos ilegais e seria o beneficiário final das operações financeiras da organização criminosa. Ele teria usado Gustavo Gaspar e Adroaldo Portal para receber em seu nome valores oriundos de ilícitos. A PF chegou a pedir sua prisão preventiva, mas Mendonça, relator do processo, negou.

O ministro frisou que prender um parlamentar é medida que exige "extrema cautela". "A decisão judicial que determina a prisão de um parlamentar acarreta efeitos drásticos em uma República, notadamente por inviabilizar o pleno exercício do mandato parlamentar. Por mais que seja possível citada medida, cuida-se de provimento judicial que exige extrema cautela", disse Mendonça.

Para os investigadores, Weverton oferecia sustentação política ao esquema e garantia a continuidade dos descontos.

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