O senador mineiro Carlos Viana (Podemos-MG), de 62 anos, foi eleito, nesta quarta-feira, 20, o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai apurar suspeitas de irregularidades nos descontos aplicados em aposentadorias e pensões do INSS. Ele venceu a disputa com 17 votos, superando o senador Omar Aziz (PSD-AM), que contava com o apoio da base governista e obteve 14 votos.
Ao assumir o comando da comissão, ele declarou que pretende atuar com “responsabilidade e independência”, destacando a importância de transformar as investigações em propostas concretas que blindem os beneficiários da Previdência contra fraudes futuras.
"Presidir a CPMI é assumir a responsabilidade. A verdade virá, e os culpados não ficarão impunes!", disse ele.
A CPMI é formada por 32 parlamentares titulares, sendo 16 senadores e 16 deputados, e surgiu após denúncias de descontos não autorizados e de possíveis irregularidades em operações de crédito consignado.
"Quem está aqui é um presidente eleito que quer esclarecer o que aconteceu, pedir a punição dos culpados e principalmente gerar novos projetos e políticas que não permitam a repetição de um momento tão vergonhoso para o Brasil como o desvio de dinheiro de aposentados, pensionistas, pessoas que trabalharam uma vida inteira e depositaram a confiança na Previdência, outros que dependem da Previdência para a sua sobrevivência por necessidade, por idade", discursou Viana.
"Nós temos uma missão muito grande pela frente, senhores deputados, senhores senadores, e eu confio principalmente no bom senso, na responsabilidade, mas no respeito entre todos os partidos e todos os parlamentares", completou.
Quem é Carlos Viana?
Antes de ingressar na política, Carlos Viana construiu uma sólida carreira no jornalismo. Ele começou como repórter na Rede Minas em 1996 e passou também pela TV Globo Bahia (1998), ganhando notoriedade em 1999 ao voltar para Belo Horizonte, onde se tornou apresentador e repórter do "Jornal da Alterosa". Em 2004, passou a comandar o "Alterosa Urgente", programa policial e de interesse público.
Ainda em 2004, mudou-se para os Estados Unidos, onde atuou como editor-chefe do National – The Brazilian Newspaper, em Nova Jersey. De volta ao Brasil, em 2007, foi contratado pela Rádio Itatiaia e, pouco depois, passou a apresentar o Balanço Geral, na Record Minas, retornando em seguida à TV Alterosa. Em 2008, reassumiu o MG Record, programa que conduziu até 2018, ano em que entrou para a vida política.
Eleito senador em 2018, Viana se destacou pela defesa do turismo como alternativa à mineração em Minas Gerais. Em 2022, disputou o governo do estado, terminando em quarto lugar com 7,23% dos votos. À época, esperava apoio do então presidente Jair Bolsonaro, que não ocorreu, já que o ex-mandatário manteve aliança com o governador Romeu Zema (Novo).
Mais recentemente, foi confirmado como pré-candidato do Podemos à Prefeitura de Belo Horizonte em 2024. Também integrou uma comitiva de senadores aos Estados Unidos, liderada por Nelsinho Trad (PSD-MS), para debater os efeitos das tarifas de importação impostas pelo governo Donald Trump.
Agora, à frente da CPMI do INSS, Carlos Viana - que se descreve como cristão, jornalista e professor - assume a missão de liderar uma investigação de grande relevância social, que pode impactar diretamente a vida de milhões de aposentados e pensionistas brasileiros.