"Prefeita ostentação" deixa prisão, mas será monitorada

10 out 2015 - 15h25
(atualizado em 14/10/2015 às 15h16)

A ex-prefeita de Bom Jardim, Lidiane Leite (sem partuido), ficou mais tempo foragida do que presa depois de sua prisão ter sido decretada. Acusada pelos Ministérios Públicos Estadual e Federal pelo desvio de mais de R$ 15 milhões em recursos do governo federal, a “prefeita ostentação” como ficou conhecida teve a prisão revogada pela Justiça Federal. Agora, Lidiane Leite vai poder ficar em liberdade, mas permanecerá com uma tornozeleira eletrônica em casa.

Foto: Divulgação/BBC Brasil

Não durou nem 15 dias a prisão da ex-prefeita de Bom Jardim que ficou conhecida nacionalmente por mostrar um alto padrão de vida nas redes sociais. Lidiane Leite esteve foragida durante 39 dias desde que a Polícia Federal deflagrou a Operação Eden cujo objetivo era prender responsáveis por desvios milionários de programas da Educação do municipío.

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No novo capítulo da “novela” que se tornou a investigação o juiz federal José Magno Linhares permitiu que a ex-gestora fosse levada para uma casa na capital, São Luís, desde que mantenha uma tornozeleira eletrônica e não saia da Região Metropolitana, composta pelas cidades de São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar.

Segundo a defesa de Lidiane, ela não cometeu nenhum crime que lhe estão sendo imputados e nunca atrapalhou as investigações.

Desde quando foi presa, após se entregar à Polícia Federal, Lidiane Leite vem tendo um tratamento diferenciado, tanto que o promotor de execuções penais, Pedro Lino, chegou a afirmar que o fato de ela ter sido mantida num quarto dentro do Comando Geral do Corpo de Bombeiros com ar-condicionado e duas camas poderia ser considerado regalia, pois nada daquilo constava na lei de execuções penais. “Tudo o que está fora do que diz a lei, eu vejo como regalia”, criticou.

Para Lino, a ex-prefeita deveria estar recolhida na ala feminina do Presídio de Pedrinhas, no entanto, o advogado de Lidiane, Sérgio Muniz, conseguiu convencer o mesmo juiz que a soltou nesta sexta-feira (9) de que a presença de sua cliente no presídio oferecia riscos à sua segurança. Muniz disse que ela não deveria ser levada ao lugar que se notabilizou internacionalmente por decapitações e rebeliões, mesmo sem nenhum registro semelhante envolvendo as detentas maranhenses.

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No início deste mês, Lidiane mais oito pessoas envolvidas no esquema, segundo o MPF/MA tiveram seus bens e patrimônios bloqueados pela Justiça Estadual. Ela, o ex-namorado e ex-secretário de Articulação Política, Beto Rocha e o ex-secretário de Agricultura, que mantinham o núcleo político da organização estão soltos.

O caso

Lidiane Leite foi eleita prefeita de Bom Jardim aos 22 anos depois que o então namorado, Beto Rocha, teve a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral baseada na Lei da Ficha Limpa. Lidiane era de família humilde até o envolvimento com o pecuarista sergipano Beto Rocha.

Durante pouco mais de dois anos ela administrou a cidade de forma polêmica. Por duas vezes foi afastada do cargo, mas conseguiu retornar pelas vias judiciais. Em 2014, alunos da rede municipal precisaram ser liberados mais cedo das aulas, por não haver merenda nas escolas. O Ministério Público Estadual denunciou o caso.

Fonte: Terra
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