A Praça dos Três Poderes amanheceu fechada por grades neste sábado, 26, após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a retirada de deputados bolsonaristas do local na noite de sexta-feira, 25. Eles acampavam em protesto contra as medidas aplicadas a Jair Bolsonaro - entre elas, o uso de tornozeleira eletrônica.
Pequenos grupos de apoiadores do ex-presidente se reuniram perto das grades que fecham a Praça. Jordana Ferreira, presidente do PL Mulher em Goiânia, estava no local e pediu apoio de outros "patriotas" para ocuparem o espaço. A advogada Taniéli Telles, de Jaraguá do Sul (SC), que representa réus do ataque de 8 de Janeiro, afirmou que a retirada dos deputados e o fechamento do entorno "é prova de que não existe mais democracia".
Ao longo da manhã, diversos turistas passaram pelo local e reclamaram de não poderem entrar na praça. Um grupo de motoqueiros também foi ao local e, em frente ao STF, reclamou da forma como Moraes conduz as investigações sobre a tentativa de golpe.
Na decisão de ontem, Moraes afirmou que o isolamento da Praça dos Três poderes tem o objetivo de evitar um novo ataque, como o de 8 de Janeiro, quando manifestantes invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes, pedindo intervenção militar.
"Para garantir a segurança pública e evitar novos eventos criminosos semelhantes aos atos golpistas ocorridos em 8/1/2023, determino a proibição de qualquer acampamento em um raio de 1 km da Praça dos Três Poderes, Esplanada dos Ministérios e, obviamente, em frente aos quartéis das Forças Armadas", determinou.
Ainda na madrugada, os deputados federais Helio Lopes (PL-RJ) e e Coronel Chrisóstomo (PL-RO) deixaram o local, desfazendo o acampamento que haviam iniciado como forma de protesto a favor de Jair Bolsonaro (PL). O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), foi pessoalmente negociar com os parlamentares.
A expectativa é que, diante da proximidade do julgamento de Bolsonaro e outros réus acusados de planejarem um golpe, a segurança do STF seja reforçada. A expectativa é que o julgamento seja realizado no início de setembro.