Na África, Lula diz que brasileiros são felizes em poder protestar

Ex-presidente afirmou também que vai ser cabo eleitoral de Dilma à campanha presidencial de 2014

1 ago 2013 - 10h44
(atualizado às 10h49)

Na capital da Etiópia, Adis Adeba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou publicamente pela primeira vez sobre a onda de protestos que sacudiu o Brasil em junho. O petista lembrou dos tempos em que ocupava as ruas pedindo mudanças e disse que é "feliz é o povo que tem liberdade de se manifestar. E mais feliz ainda é o país que tem um povo que se manifesta e vai para as ruas querendo mais”. Lula concedeu uma entrevista à revista Brasileiros, ressaltando que sua candidata para as eleições presidenciais do ano que vem é Dilma Rousseff.

"É lógico que o povo tem razão de reclamar do transporte. E não é pelo preço não. É pela qualidade do transporte. Basta pegar um ônibus para sentir o problema. O metrô era chique em São Paulo, quando andava meio vazio. Agora, que entra três vezes mais gente do que cabe no vagão, acabou. À medida que a sociedade evolui, ela quer mais, exige mais. Então, nada de ficar nervoso ou irritado porque os movimentos estão acontecendo", afirmou Lula.

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Para ele, não haverá grandes mudanças se a reforma política, uma das principais reivindicações dos protestos populares, for feita "pelos mesmos que hoje estão no Congresso". Muita gente prefere que fique do jeito que está. É preciso conhecer as perguntas que serão feitas no plebiscito para saber o que mudará de concreto", ressaltou. 

"Faz dois anos e meio que deixei a Presidência da República. Cumpri oito anos de Presidência. Se não fiz tudo, fiz muito do que achava que era preciso fazer. Temos de ter outras pessoas. A Dilma é uma excelente presidenta da República. Conheço muita gente neste País. Conheço muito político neste País. E conheço pouquíssimas pessoas com a competência da Dilma. Portanto, ela será minha candidata em 2014. E eu serei seu cabo eleitoral. É isso que vai acontecer", concluiu Lula.