Durante a Cúpula do Mercosul, Lula defendeu o bloco como proteção econômica e incentivou o acordo com a União Europeia, enquanto Milei criticou restrições e pediu mais liberdade no comércio.
A abertura 66ª Cúpula do Mercosul em Buenos Aires teve críticas ao bloco por parte do presidente argentino, Javier Milei, e defesa do lado do brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
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Milei criticou o bloco como "uma cortina de ferro" que restringe a liberdade econômica enquanto Lula afirmou que o Mercosul "protege" seus membros e defendeu a aceleração do acordo com a União Europeia.
"Ao longo de mais de três décadas, erguemos uma casa com bases sólidas, capaz de resistir à força das intempéries. Conseguimos criar uma rede de acordos que se estendeu aos Estados associados. Toda a América do Sul se tornou uma área de livre comércio, baseada em regras claras e equilibradas. Estar no Mercosul nos protege. Nossa Tarifa Externa Comum nos blinda contra guerras comerciais alheias. Nossa robustez institucional nos credencia perante o mundo como parceiros confiáveis", disse Lula.
Acordo com UE
O presidente brasileiro, que assume a presidência pro tempore do bloco pelos próximos seis meses no lugar do argentino, também defendeu a assinatura do acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia.
"Estou confiante de que até o fim deste ano assinaremos os acordos com a UE e com a Efta [Associação Europeia de Livre Comércio, que inclui Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça], criando uma das maiores áreas de livre comércio do mundo", destacou ele.
A fala do petista em defender o bloco se opôs ao discurso de Milei, que afirmou que o Mercosul não pode continuar sendo "uma cortina de ferro" para seus membros. "Se o Mercosul foi criado com a intenção nobre de integrar as economias da região, em algum momento esse norte foi afundando e a ação comercial conjunta terminou por prejudicar a maioria dos nossos cidadãos em prol de privilegiar alguns setores".
Críticas de Milei
Em seu discurso, Milei deixou claro que o principal interesse de seu governo no bloco é a abertura de novos mercados para as exportações argentinas, pedindo "mais liberdade econômica dentro do Mercosul" e "mais flexibilidade das regras internas do bloco".
O argentino reforçou: "A Argentina não pode esperar, precisamos de mais liberdade de forma urgente. Deixamos para atrás décadas de estagnação. Os sócios do Mercosul devem decidir se querem ajudar no caminho que iniciamos. O faremos juntos ou sozinhos".