Delator diz que Temer negociou doação em favor da Odebrecht

16 dez 2016 - 07h32
(atualizado às 08h46)
Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, e Michel Temer, presidente da República
Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, e Michel Temer, presidente da República
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um executivo da construtora Odebrecht afirmou a investigadores da Operação Lava Jato que o presidente Michel Temer participou de uma reunião sobre doações à campanha do PMDB em 2010 em troca do favorecimento da empreiteira em projetos da Petrobras, noticiaram o jornal Folha de S.Paulo e a revista Veja nesta quinta-feira (15).

Em resposta às reportagens, o Palácio do Planalto confirmou que Temer se encontrou em seu escritório em São Paulo, em 2010, com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e um empresário com interesse em contribuir com a campanha do PMDB.

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A Folha de S.Paulo apurou que Márcio Faria, então presidente da Odebrecht, foi quem relatou sobre a reunião em delação premiada. Segundo o Palácio do Planalto, Cunha teria pedido a conversa a Temer, afirmando que Faria queria conhecê-lo. A reunião, de cerca de 20 minutos, teria tratado apenas de formalidades, e não de questões financeiras, disse a assessoria da presidência.

De acordo com a Folha de S.Paulo, as doações ao PMDB em 2010 estariam relacionadas a benefícios para a Odebrecht em obras do Plano de ação de Certificação em Segurança, Meio Ambiente e Saúde (PAC SMS), da Petrobras.

Também teria participado do encontro João Augusto Henriques, apontado como um dos lobistas do PMDB na Petrobras. Ele já afirmou que um contrato de quase US$ 1 bilhão entre a Petrobras e a Odebrecht foi fechado às vésperas do segundo turno das eleições de 2010.

Temer citado pela segunda vez

Faria entrou na Odebrecht em 1978 e acabou se tornando um dos principais executivos da construtora. Ele é um dos 77 delatores da empresa que assinaram acordos de delação premiada com a Lava Jato. Ele é o segundo executivo da empreiteira a implicar Temer no esquema de corrupção da Petrobras.

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Na semana passada, veio à tona o depoimento do ex-funcionário da Odebrecht Cláudio Melo Filho, no qual ele afirma que Temer pediu, em 2014, R$ 10 milhões

ao herdeiro da construtora, Marcelo Odebrecht.

De acordo com vários veículos brasileiros, o delator revelou que participou, em maio de 2014, de um jantar ao lado de Temer, Padilha e Marcelo Odebrecht no Palácio do Jaburu, em Brasília - Temer era vice-presidente na época. Na reunião, o peemedebista teria solicitado "direta e pessoalmente" a Odebrecht um apoio financeiro para as campanhas eleitorais de seu partido naquele ano.

LPF/ots

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