Jugalmento de Bolsonaro: Moraes afirma que réus utilizaram a Abin para fazer manutenção no poder

O ministro destacou como o grupo, a partir de julho de 2021, passou a utilizar a chamada Abin Paralela para criar narrativa mentirosa sobre urnas.

9 set 2025 - 13h31

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, destacou nesta terça-feira, 9 de setembro, que os réus da ação penal do golpe usaram a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para "deslegitimar a Justiça Eleitoral e o Poder Judiciário, jogar parcela da população contra o Poder Judiciário, contra as eleições, e, com isso, desacreditar a democracia e se perpetuarem no poder".

Alexandre Moraes.
Alexandre Moraes.
Foto: Bruno Peres/Agência Brasil / Portal de Prefeitura

Moraes destacou como o grupo, a partir de julho de 2021, passou a utilizar a chamada Abin Paralela para criar narrativa mentirosa sobre urnas. Segundo Moraes, a organização criminosa usou ilicitamente a Abin para a "concepção do seu projeto de manutenção do poder sem a existência de freios e contrapesos por parte do poder judicial".

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Nesse contexto, o ministro destacou a caderneta apreendida com o general Augusto Heleno, que segundo o ministro tinha várias anotações com diretrizes estratégicas. 

 "Várias anotações feitas pelo réu, consistentes em diretrizes estratégicas, dentre as quais foram listadas ações a serem implementadas pela organização criminosa, inclusive sobre o estabelecimento de uma desinformação". "Não é razoável achar normal um general, ministro do GSI, ter agenda com anotações golpistas", pontuou, destacando que a agenda tinha "anotações com objetivo de deslegitimar Judiciário e permanecer no poder".

O ministro considerou os ataques às urnas como o "primeiro ato executório" do grupo sob julgamento, destacando ainda que, desde tal momento, já se pretendia a contratação de hackers para "tentar atacar a lisura das eleições com uma sequência de atos executórios".

"Essa sequência é muito importante para demonstrar que não são fatos aleatórios, são fatos que foram planejados em órgãos, utilizando ilicitamente órgãos de Estado para restringir o poder judiciário e para se perpetuar o poder independentemente das eleições."

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