URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

81, 54, 28: A matemática da batalha do impeachment no Senado

26 ago 2016 - 11h58
(atualizado às 12h23)
 A presidente afastada Dilma Rousseff
A presidente afastada Dilma Rousseff
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Inicialmente, os cálculos pareciam favoráveis à economista Dilma Rousseff.

Afinal, a possibilidade de dois terços dos deputados votarem para abrir um processo de impeachment contra a presidente eleita com as duas maiores coligações partidárias da história brasileira soava remota.

Publicidade

Mas o avanço da crise - econômica e política - embaralhou essa equação, e a petista sofreu derrotas nas votações até agora no Congresso.

Confira os números que ditarão o julgamento final de Dilma no Senado, a matemática que pode salvar seu mandato e as combinações que conduziram a presidente ao ponto atual:

81

Essa é a quantidade de votos em jogo no Senado, Casa onde Dilma vem sendo processada e julgada.

O PT e o PC do B, partidos mais fiéis ao governo, somam apenas 11 senadores (10 do PT e um do PC do B). O PSDB tem 11 senadores e o PMDB, 19, dos quais 13 já declararam voto contra Dilma.

Publicidade

54

São os votos mínimos necessários em um julgamento de impeachment para que um presidente da República perca seu cargo em definitivo. O número corresponde a dois terços dos senadores.

Eles terão de anunciar seus votos durante a etapa final do processo, que está sendo presidido pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski.

José Eduardo Cardozo, advogado de Dilma, e o tucano Antonio Anastasia: relatórios do senador defendendo o impeachment foram aprovados
Foto: Agência Senado

55 e 59

Foram os votos contrários à petista nas duas vezes em que senadores analisaram o caso.

Em ambas as vezes, ela precisava do apoio de 41 dos 81 parlamentares para que o caso fosse encerrado - o número corresponde à metade + 1 dos integrantes da Casa.

Na primeira votação, em 12 de maio, quando o Senado decidiu abrir o processo, Dilma obteve apenas 22 votos a seu favor e, com isso, foi afastada para ser processada.

Publicidade

Na segunda votação, em 10 de agosto, o resultado foi ainda pior: Dilma conseguiu apenas 21 votos em sua última chance de evitar o julgamento.

O parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) foi aprovado pelo plenário do Senado e o caso seguiu para o julgamento final.

28

Esses são os votos que a petista precisa ter a seu favor no Senado para manter seu mandato - isso não significa, porém, que todos têm de ser contrários ao impeachment.

Seriam computados nessa conta, além dos "nãos", eventuais ausências e abstenções.

O número é inferior aos 54 votos necessários para cassá-la de vez, mas, considerando o retrospecto de votações do impeachment, é difícil de ser alcançado.

Placar eletrônico do Senado só deu más notícias a Dilma; na imagem, votação de 12 de maio, que afastou provisoriamente a presidente
Foto: Agência Senado

34

Foram os votos, ausências e abstenções que faltaram para que o impeachment fosse derrotado ainda na Câmara.

Publicidade

Do total de 513 deputados, 342 precisavam ser favoráveis ao afastamento para que o caso avançasse ao Senado.

Houve oposição suficiente à petista e o lado pró-impeachment ainda obteve 25 votos a mais na votação histórica encerrada em 17 de abril.

Na ocasião, 367 deputados defenderam que a presidente fosse julgada, e apenas 137 se posicionaram contra a abertura do processo.

A participação da Câmara no caso terminou ali, mas com um gesto claro de desaprovação à gestão de Dilma.

15 e 14

Relator do impeachment no Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG) produziu dois pareceres ao longo da tramitação do processo na Casa.

Os dois relatórios foram alvo de votação na comissão especial do impeachment, que contava com 21 senadores.

E ambos obtiveram vitórias fáceis: o primeiro, que recomendava a abertura do processo, obteve 15 votos a favor; o segundo, favorável à acusação e ao julgamento, obteve 14.

Publicidade

As duas votações foram interpretadas como termômetro das decisões seguintes na Casa - nas duas vezes em que se manifestou, o plenário do Senado seguiu a comissão e decidiu contra Dilma.

Michel Temer tem contado com apoio no Congresso
Foto: Agência Senado

8

É o número de anos que a presidente afastada ficará inelegível caso sofra o impeachment.

Em meses, são 96. Em dias, 2.922. Ao fim desse período, Dilma Rousseff teria 76 anos de idade.

BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se