Gastos com cartão corporativo geram crises desde segundo governo Lula; relembre

Polêmicas de sigilo envolvendo dados do cartão corporativo de Bolsonaro não são os únicos

12 jan 2023 - 13h24
(atualizado às 14h30)
Presidente Jair Bolsonaro (PL) durante cerimônia de Lançamento do Modelo Regulatório do Inmetro
Presidente Jair Bolsonaro (PL) durante cerimônia de Lançamento do Modelo Regulatório do Inmetro
Foto: Antonio Molina/FotoArena / Estadão

Nesta quinta-feira,12, foram revelados parte dos gastos com cartão corporativo durante a gestão de Jair Bolsonaro. Os dados mostram ao menos R$ 27,6 milhões em despesa - houve gastos com hospedagens em hotéis de luxo e despesas pessoais com sorvetes e cosméticos.

Criados em 2001, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, os Cartões de Pagamento do Governo Federal (CPGF), conhecidos como "cartões corporativos", tinham como objetivo facilitar a transparência dos gastos antes feitos por meio de apresentação de notas fiscais. Desde então, a tarjeta tem estado presente em polêmicas da política brasileira. Confira episódios:

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Tapioca de Orlando

Em junho de 2007, o então ministro do Esporte, Orlando Silva, usou o cartão corporativo para pagar uma tapioca. Na época, Silva disse que se enganou ao usar o cartão em Brasília e que logo devolveu o valor de R$ 8,30, referente ao gasto. O então ministro afirmou também que decidiu devolver à União o valor total dos gastos que fez com cartão corporativo - R$ 34.378,37, referentes a gastos entre 2006 e 2007. O dinheiro foi retirado da própria poupança, afirmou o ministro, e pago em três parcelas.

Orlando Silva durante a 26ª Parada LGBT+ de São Paulo
Foto: Futura Press

Aumento de 129% nos gastos com os cartões corporativos

O Estadão mostrou que houve um aumento de 129% nos gastos com os cartões corporativos do governo federal em relação ao ano anterior, 2006. No total, os gastos pularam de R$ 33 mil para R$ 75,6 mil. Para conter os abusos, anunciou restrição dos saques em dinheiro e a proibição da utilização dos cartões para pagamento de viagens e diárias.

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CPI dos Cartões Corporativos

Em 21 de fevereiro de 2008, foi criada a CPI dos Cartões Corporativos, com deputados e senadores, com período de investigação a partir de 1998, no governo Fernando Henrique Cardoso. Em março, a CPI esquentou, quando surgiu um planilha produzida na Casa Civil com os gastos do ex-presidente FHC e sua mulher, Ruth. Por 14 votos a 7, o relatório da CPI foi aprovado. O documento final, além de não sugerir o indiciamentos, também não mencionou o caso do dossiê envolvendo FHC.

Despesas com cartão corporativo nos dois mandatos Lula

As despesas dos governos Lula somaram R$ 44,5 milhões entre 2003 e 2010 - valores sem correção atual do IPCA. O gasto preponderante no período - R$ 31,6 milhões - refere-se a despesas com hotéis e locação de carros. Foram 106 itens, incluindo também comissões e corretagem, despesas com excesso de bagagem, serviços médicos, taxas de estacionamento, pedágio, material esportivo e produtos médicos.

Lula
Foto: Carla Carniel / Reuters
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