Filha de acusado de chefiar milícia não consegue se reeleger no Rio

9 out 2012 - 16h43
(atualizado às 16h54)
Cirilo Junior
Direto do Rio de Janeiro

O resultado das eleições para vereador no Rio de Janeiro mostraram perda de poder de candidatos acusados de ligação com facções criminosas. O maior baque foi sentido pela vereadora Carminha Jerominho (PT do B), que obteve apenas 5.983 votos, e não conseguiu se reeleger. Carminha é filha de Jerônimo Guimarães, conhecido como Jerominho, ex-vereador apontado como um dos líderes da milícia Liga da Justiça. Jerominho cumpre pena no presídio federal de Campo Grande (MS).

Eduardo Paes participa de debate na Rede Globo, o último na TV antes das eleições
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Foto: Daniel Ramalho / Terra

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Em 2008, Carminha foi eleita com 22.068 votos. O desempenho dela este ano foi 73% inferior em relação à eleição de 2008. Carminha entrou na Câmara justamente para suceder seu pai, que havia sido cassado pela ligação com grupos criminosos. Jerominho tinha sido eleito vereador em 2000, com 20 mil votos, e se reelegeu quatro anos depois, com votação de 33 mil eleitores.

Outro braço político da Liga da Justiça estava na Assembleia Legislativa (Alerj). Natalino Guimarães foi eleito deputado estadual em 2006 com mais de 49 mil votos, mas acabou cassado três anos depois.

Já Elton Babu (PT), irmão do ex-deputado estadual Jorge Babu, condenado por chefiar uma milícia em Santa Cruz, na zona oeste, foi reeleito com 12.360 votos, votação pouco superior aos 11.279 votos obtidos há quatro anos.

Marcelo Piui (PHS) também segue vereador, depois de obter 6.015 votos. Cinco dias antes das eleições, agentes do TRE-RJ e da Polícia Federal (PF) apreenderam material de campanha de Piui na associação de moradores da Vila Sapê, em Curicica, na zona oeste. A região é dominada por uma milícia, mas o vereador nega ligação com qualquer facção criminosa.

Berg Nordestino também não conseguiu chegar à Câmara. Teve apenas 476 votos. Ele gerou polêmica na eleição por integrar o Psol, mesmo partido de Marcelo Freixo, já que seu nome foi apontado no relatório final da CPI das Milícias.

Já Leo Comunidade (PTN), acusado pelo Ministério Público de ligações com traficantes da favela da Rocinha, também ficou pelo meio do caminho e não se elegeu.

PMDB quase triplica cadeiras; renovação é de 41%

Das 51 vagas da Câmara do Rio, 21 serão ocupadas por novos vereadores, o que indica renovação de 41%. A configuração de poder que estará em vigor a partir do ano que vem mostra um forte crescimento do PMDB do prefeito reeleito, Eduardo Paes. O partido quase triplicou o número de cadeiras. Em 2008, foram cinco vereadores eleitos nas urnas. Esse ano, esse número subiu para 13.

O DEM e o PSDB, que fazem oposição a Paes, foram os que mais perderam espaço. O DEM do ex-prefeito Cesar Maia tinha feito oito vereadores em 2008. Esse ano, elegeu apenas três ¿ um deles foi o próprio Maia. Já o PSDB conquistou apenas duas cadeiras, ante cinco vagas obtidas há quatro anos.

O PT obteve mais uma cadeira, e terá quatro vereadores na Câmara. Já o Psol terá sua bancada dobrada, passando de dois para quatro vereadores, a partir do ano que vem.

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Fonte: Terra
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