Espaço dado por Lula ao Centrão abre corrida de partidos pelo segundo escalão

PV, Avante, Solidariedade e Cidadania ficaram sem ministérios e cobram participação

30 dez 2022 - 05h11
(atualizado às 08h04)
O presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
O presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Foto: Adriano Machado

O balaio de aliados de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) insatisfeitos com a composição do governo intensificou a pressão pela divisão de cargos do segundo escalão. Legendas como PV, Avante, Solidariedade e Cidadania, preteridas nos ministérios em detrimento de partidos do Centrão, cobram espaço em autarquias e fundações. 

A disputa, agora, é por órgãos com "ação política", como Funasa, Iphan, Embratur, Conab, além de participação em bancos públicos e secretarias nacionais. Mesmo em partidos contemplados com ministérios e no PT há corrida pelas novas indicações por parte de alas políticas que se sentiram rejeitadas por Lula.

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Uma das cadeiras cobiçadas, a Codevasf foi prometida ao deputado Elmar Nascimento (União-BA), o que piorou o clima entre siglas menores. Aliado de Jair Bolsonaro (PL), Elmar é responsável pela indicação do atual presidente do órgão.

BASTA. "Ficou muito distante da nossa expectativa. Acho até meio sem graça isso, dar tanto espaço para partidos que não estiveram com a gente em nenhum momento", diz o presidente do PV, José Luiz Penna, que se afastou das articulações.

MELINDRE. Já entre petistas, há ressentimento pelo fato de o partido ter privilegiado nomes de São Paulo em metade das indicações. Em um gesto de descontentamento, o senador Paulo Rocha (AC) ficou do lado de fora do auditório onde Lula fazia o anúncios dos ministros.

PASSOU. "Quem carregou o piano não entrou", diz um aliado, sobre nomes próximos ao presidente eleito, durante a campanha, terem ficado de fora. A lista abarca Emídio de Souza, Edinho Silva, Marco Aurélio Carvalho, Rui Falcão, Randolfe Rodrigues, Marcelo Freixo, Guilherme Boulos, Juliano Medeiros, Paulinho da Força e André Janones.

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