Promotor Lincoln Gakiya, do MP-SP, teve sua rotina monitorada pelo PCC com uso de drones e outros métodos, sendo alvo de um plano de assassinato ligado à facção criminosa; operação policial investiga suspeitos.
Lincoln Gakiya, o promotor de Justiça que era um dos alvos de assassinato do plano do Primeiro Comando da Capital (PCC), está jurado de morte há anos e teve a rotina monitorada pelos criminosos com o uso de drones.
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Gakiya faz parte do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), e é responsável por várias ações contra facções criminosas que agem no Estado de São Paulo.
Segundo o promotor, o plano começou a ser descoberto após a prisão de um integrante do PCC da região de Presidente Prudente, no interior de São Paulo, por tráfico de drogas.
"Quando foram feitas as extrações dos dados dos celulares dele, nós constatamos que havia levantamento da rotina, imagens, dados do Dr. Roberto Medina [coordenador de presídios, também alvo de plano de execução]", disse em entrevista ao canal Globo News.
Gakiya relatou que as investigações prosseguiram e foram feitas outras prisões. Nesse momento, foi constatado que um outro grupo do PCC era responsável por fazer o levantamento da rotina dele desde junho.
"Tive minha casa vigiada por drones, havia uma casa próxima ao meu condomínio que foi utilizada como base para monitorar minha rotina. Foram encontrados diversos prints de tela com o trajeto que utilizo para me deslocar para o Ministério Público, em Presidente Prudente, e também rotina, como academia", detalha.
A suspeita é de que as imagens do cotidiano do promotor eram repassadas ao setor que o PCC denomina de "sintonia restrita", que são os indivíduos de alta periculosidade responsáveis por atentados e resgates.
Outros indícios, de acordo com Gakiya, apontam ainda que o plano pode fazer parte de uma mesma ordem que culminou no assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, morto em 15 de setembro, na cidade de Praia Grande, no litoral paulista.
Nesta sexta-feira, 24, suspeitos de planejarem o ataque às autoridades foram alvos de uma operação da polícia. Agentes cumprem 25 mandados de busca e apreensão em vários endereços de cidades do interior paulista. A operação, batizada de Recon, também conta com o apoio da Polícia Militar e da Polícia Penal.