SP: vídeos mostram nas redes sociais violência da PM em protesto

Internautas registram agressões nos atos contra o aumento das tarifas

14 jun 2013 - 09h23
(atualizado às 18h26)
PM quebra propositalmente vidro da própria viatura durante protesto
Video Player

Munidas de câmeras fotográficas e telefones celulares, dezenas de pessoas que participaram do protesto contra o aumento das tarifas de ônibus em São Paulo na última quinta-feira registraram e divulgaram nas redes sociais cenas que lembram uma guerra civil nas ruas da principal cidade do País. Em um dos vídeos, um policial militar é supostamente flagrado quebrando o vidro da própria viatura. Pelo menos 230 pessoas foram presas ontem.

Publicidade

Repórter do Terra é agredido pela PM em protesto em SP

Repórteres da Folha levam tiros de borracha no rosto em protesto

SP: fotógrafo do Terra é preso durante cobertura de protesto

O protesto foi marcado por atos de violência da Polícia Militar contra manifestantes, repórteres e pedestres, como por exemplo num vídeo em que um PM ataca diversas pessoas com spray de pimenta após uma tentativa de diálogo com um jovem. Segundo a polícia, o número total de detidos chegou a 232 - 198 que foram levados ao 78º Distrito Policial e 34 ao 1º DP. Pelo menos quatro pessoas continuavam presas na manhã desta sexta-feira, porque são acusadas de dano ao patrimônio público e formação de quadrilha - o último é crime inafiançável.

Publicidade

Registrado da janela de um prédio, um vídeo mostra a confusão na região central de São Paulo. Em outro, uma mulher é presa por policiais porque suposta ofensa. Os protestos foram gravados na rua da Consolação e na rua Augusta, entre outros locais. Os manifestantes também relataram o que ia acontecendo, como neste vídeo filmado no Centro da cidade. A PM afirmou que 12 policiais ficaram feridos durante os confrontos, mas nenhum com gravidade. Segundo o Movimento Passe Livre, 100 pessoas estariam feridas. 

Policial ataca manifestantes com spray de pimenta no RJ
Video Player
Manifestante dança para policiais e quase é atingido por bomba
Video Player
PM atira contra profissionais da imprensa durante protesto
Video Player

Tropa de Choque ignora apelo por paz e ataca jovens na Paulista
Video Player

Autoridades reprimem protesto com bombas de efeito moral
Video Player

Polícia inicia confronto contra manifestantes na Consolação
Video Player

Publicidade

Além da Tropa de Choque da PM, a Ronda Ostensiva com Apoio de Bicicleta (Rocam), a Força Tática e a cavalaria participaram da operação que tentou conter os manifestos, totalizando aproximadamente 400 homens. De acordo com os policiais civis no local, muitos jovens foram levados para a delegacia por terem vinagre dentro das mochilas. Os agentes não souberam, no entanto, explicar por que o porte da substância foi considerado motivo para averiguação.  Os manifestantes dizem que levam vinagre para se proteger do gás lacrimogêneo.

O estudante de geografia Tiago Gomes disse que ficou mais de quatro horas detido por ter vinagre na mochila. "O vinagre era para tentar me proteger do gás lacrimogêneo", disse o rapaz, que nos outros três protestos promovidos pelo Movimento Passe Livre (MPL) foi atingido por bombas com a substância lançadas pela polícia. Levado para a delegacia no final da tarde, ele só pode sair depois das 20h.

Morador do Capão Redondo, periferia da zona sul paulistana, Jhonilton Sousa disse à Agência Brasil que foi abordado no Largo São Francisco por policiais militares. Ao revistarem a mochila do jovem de 22 anos, encontraram um cartaz de cartolina contra o aumento das passagens e uma jaqueta do movimento punk, com o símbolo da anarquia. "Aí ele disse: ah, não, anarquia, não. E me levou preso", relatou o jovem, que ficou mais de três horas na delegacia.

A história é semelhante à contada pelo jornalista Marcel Buono, 23 anos. Ao chegar à estação Anhangabaú, da Linha 3-Vermelha do Metrô, ele foi abordado por policiais. "Logo na saída, tinha uma fileira de policiais fazendo revista", disse. Os PMs encontraram na mochila uma câmera de vídeo que o rapaz pretendia usar para filmar o protesto para um blog de cobertura colaborativa montado com amigos.

Publicidade

Marcel disse que os policiais foram truculentos na abordagem. "Colocaram dentro do ônibus (para levar para a delegacia) e tinha que sentar em cima da mão. Disseram que, se tirasse a mão, ia ser encarado como uma agressão", relatou o jovem, que também só foi liberado após as 20h.

Colaboraram com esta notícia os internautas Giovanni Lopes, de Florianópolis (SC), Roberto Cavalcante e Dênis S., de São Paulo (SP), e Cauby de Vasconcellos Bocado, de Niterói (RJ), que participaram do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Fonte: Terra
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações