Policial preso por atirar em entregador já foi detido por dirigir carro clonado

José Rodrigo Ferrarini pagou fiança e foi liberado após ser detido por PRF enquanto dirigia veículo com sinais de roubo

2 set 2025 - 13h23
(atualizado às 13h49)
O policial penal José Rodrigo da Silva Ferrarini disparou contra o pé direito do entregador após uma discussão motivada pela recusa do trabalhador de subir até o apartamento para entregar o pedido
O policial penal José Rodrigo da Silva Ferrarini disparou contra o pé direito do entregador após uma discussão motivada pela recusa do trabalhador de subir até o apartamento para entregar o pedido
Foto: Reprodução: Redes Sociais

Acusado de atirar contra um entregador na última sexta, 30, o policial penal José Rodrigo Ferrarini já foi preso por dirigir um carro clonado. A detenção aconteceu em janeiro, mas ele foi liberado após pagar fiança de R$ 11 mil. O caso continua sob investigação da corregedoria da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).

Na ocasião, o policial foi abordado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que questionou a procedência Volkswagen Nivus do condutor. Ele afirmou que o carro tinha sido comprado há cinco meses por um suposto representante da marca. O carro teria custado R$ 80 mil, com metade do valor abatido de um outro veículo e a outra parte paga em Pix e dinheiro em espécie.

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Ele não apresentou os comprovantes da compra. Além disso, os policiais suspeitaram das quantias da transação, de aproximadamente metade do valor de mercado do carro, o que motivou a revista no veículo. A polícia constatou que os dados do carro haviam sido alterados, o que indicaria furto ou roubo. Ferrarini foi levado à 60ª DP, em Duque de Caxias, onde foi temporariamente detido.

"No âmbito administrativo, o servidor responde a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) pela ocorrência do veículo clonado e a uma sindicância relativa ao disparo contra o entregador Valério Júnior, que poderá evoluir para PAD. Nesses casos, a suspensão preventiva pode ser aplicada por até 90 dias em cada processo. Se confirmados dois PADs, o afastamento cautelar poderá chegar a 180 dias. Essa medida, no entanto, só terá efeito prático caso o servidor for colocado em liberdade, já que, atualmente, está preso", disse a Seap, em nota ao Terra

Além de atirar no pé do entregador Valério Júnior e conduzir o veículo ilegal, Ferrarini já foi condenado a três meses de prisão por lesão corporal contra a ex-mulher. Porém, a pena foi convertida em suspensão condicional do processo e recebeu punição administrativa com 20 dias de suspensão.

Crime recente

No último sábado, o policial discutiu com o entregador de aplicativo Valério Júnior, que se recusou a levar um pedido além da portaria, seguindo as regras do aplicativo. Ferrarini, então, atirou contra o pé do trabalhador.

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Ele foi preso no último domingo, 31, na Taquara, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O caso aconteceu na noite de sexta-feira, 29, no conjunto de prédios conhecido como Merck, em Jacarepaguá, e ganhou repercussão após a vítima divulgar nas redes sociais um vídeo gravado no momento da agressão.

Nas imagens que circularam nas redes, é possível ver o momento em que a discussão intensifica-se. "Você não subir é uma parada!", reclama Ferrarini, antes de efetuar o disparo. Logo depois, enquanto Valério se contorce de dor, o agente ironiza: "Então valeu!". Em seguida, exige o pedido e questiona: "Tá me filmando por quê, p****?".

O entregador tenta explicar que é morador do prédio e pede ajuda do porteiro. O policial, no entanto, dá as costas e retorna ao apartamento.

Valério foi socorrido e encaminhado a uma unidade de saúde. Já a arma de Ferrarini foi recolhida para a perícia. Segundo a Polícia Civil, após análise das evidências, a Justiça decretou a prisão preventiva do agente. O episódio provocou revolta entre entregadores de aplicativo, que chegaram a invadir o condomínio em protesto contra a violência sofrida por Valério.

Segundo a Seap, a detenção temporária foi mantida após audiência de custódia e foi levado para o Presídio Constantino Cokotós, em Niterói, unidade destinada a policiais presos.

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Fonte: Redação Terra
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