Uma operação conjunta de fiscalização realizada em agosto pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Polícia Federal, entre outros órgãos, levou ao resgate de mais de 500 trabalhadores em condições análogas às de escravo em diversos Estados do país, informou o MPT nesta terça-feira, 5.
A Operação Resgate III foi considerada pelo MPT a maior operação conjunta de combate ao trabalho escravo e tráfico de pessoas do Brasil. No total, foram 532 trabalhadores resgatados, sendo 441 homens e 91 mulheres, em 222 inspeções realizadas em mais de 20 Estados brasileiros e no Distrito Federal.
Os Estados com mais pessoas resgatadas foram Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Piauí e Maranhão, somando, juntos, 468 trabalhadores resgatados, quase 90% do total.
A título de comparação, até 14 de junho deste ano o Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção do Trabalho no Brasil (Radar SIT) havia registrado 1.443 trabalhadores encontrados em condições análogas à de escravo. O saldo de agosto representa 36,9% do total de todo o ano até essa data.
No ano passado, 2.587 pessoas foram resgatadas de condições de trabalho análogas à escravidão no país, segundo o SIT.
Ao menos 74 do total de resgatados na Operação Resgate III também foram vítimas de tráfico de pessoas, de acordo com o MPT.
Na área rural, atividades econômicas como cultivo de café (98), alho (97) batata e cebola (84) foram as com maior número de vítimas. Na urbana, restaurantes (17), oficina de costura (13), construção civil (10) e trabalho doméstico (10) lideraram os casos.
Além do MPT, a operação também teve participação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU), Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).