"Não encha o saco de quem usa cloroquina", diz Bolsonaro

Presidente voltou a defender o uso de medicamentos sem comprovação científica para tratar a covid-19

7 mai 2021 - 10h29
(atualizado às 10h40)

Em publicação em sua conta no Facebook nesta sexta-feira o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o uso de medicamentos sem comprovação científica para tratar a covid-19 e disse para os contrários a esse uso: "não encha o saco".

Presidente Jair Bolsonaro discursa durante cerimônia no Palácio do Planalto
05/05/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente Jair Bolsonaro discursa durante cerimônia no Palácio do Planalto 05/05/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

A publicação foi uma resposta à CPI da Covid no Senado, em que na quinta-feira o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi duramente questionado sobre sua posição sobre o uso de cloroquina e ivermectina no tratamento da covid-19, mas se esquivou de dar uma resposta clara.

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"Resposta aos inquisidores da CPI sobre o tratamento precoce", escreveu o presidente no início de sua publicação, citando em seguida que alguns médicos receitam a cloroquina --indicada para malária e algumas doenças autoimunes, mas não para covid-19-- e outros receitam ivermectina --um antiparasitário também sem indicação para a doença causada pelo coronavírus.

Um terceiro grupo, disse o presidente, segue o que ele chama de seguidores do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, "manda o infectado ir para casa e só procurar um hospital quando sentir falta de ar (para ser intubado)".

"Portanto, você é livre para escolher, com o seu médico, qual a melhor maneira de se tratar", escreveu. "Escolha e, por favor, não encha o saco de quem optou por uma linha diferente da sua, tá ok?"

Em sua live na noite de quinta-feira, Bolsonaro voltou a recomendar a ivermectina como "cura" para a covid-19, algo que a expressiva maioria dos médicos e cientistas dizem não ter qualquer comprovação de eficácia.

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Bolsonaro disse ter tido novamente sintomas da doença e ter tomado o remédio, o que o teria curado. Nas últimas semanas, o presidente manteve sua agenda normal, inclusive com viagens e visitas à periferia, em que provocou constantes aglomerações e, na maioria das vezes, sem usar máscara. Também não há informações de que tenha ido fazer novamente um teste para detectar a covid-19.

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