Marina diz que privatização da Eletrobras precisa de mais debate e plano para futuro da empresa

26 abr 2018 - 17h57
(atualizado às 18h00)

A privatização da Eletrobras deveria ser mais debatida com a sociedade e não há um plano claro sobre o futuro da empresa, disse nessa quinta-feira a pré-candidata da Rede à Presidência da República, Marina Silva.

Pré-candidata do Partido Rede Sustentabilidade, Marina Silva, em coletiva de imprensaem São Paulo, Brasil 
17/04/2018
REUTERS/Nacho Doce
Pré-candidata do Partido Rede Sustentabilidade, Marina Silva, em coletiva de imprensaem São Paulo, Brasil 17/04/2018 REUTERS/Nacho Doce
Foto: Reuters

Marina disse ser um " problema" se pensar vender um ativo público para "para tapar o rombo da dívida pública" causado por erros, segundo ela, dos governos Dilma Rousseff e Michel Temer.

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Ao ser questionada se era contra a venda da Eletrobrás, a pré-candidata ponderou não se opor a privatizações, mas defendeu que se tenha clareza sobre o que vem a seguir.

"Não tenho nenhum problema com privatizações, elas podem acontecer… o problema é o sinal que o governo dá", disse Marina a jornalistas, após participar de evento no Rio de Janeiro.

"Ele (governo) está dizendo que vai continuar com grandes hidreléticas na Amazônia? Que a matriz energética brasileira vai ser com base em hidreletricidade e está dispensando a energia eólica, solar e biomassa?", acrescentou. "Tem que ser transparente com a sociedade e com a empresa… tem que saber qual é o plano. O ideal seria fazer o debate."

O governo enfrenta dificuldades no Congresso para aprovar o projeto de lei de privatização da Eletrobrás e alguns congressistas levantam dúvidas sobre a viabilidade do processo em um ano eleitoral. Para o presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Jr., a janela de maio desse ano para a desestatização já foi perdida, restando uma segunda janela em novembro.

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Marina, por outro lado, apoia os leilões de petróleo, tanto no modelo de partilha como no de concessão, que se intensificaram no governo Temer.

"Não tenho problema em manter contrato e respeitar contrato e fazer leilões idôneos", disse a ex-senadora. "Os recursos que vão vir têm que se investidos corretamente na saúde, educação no caso do pré-sal."

ESTRUTURA

Marina, que vai para sua terceira campanha presidencial, pode ter dificuldades para alavancar sua candidatura por conta da falta de recursos, tempo de TV e pequena estrutura partidária.

A pré-candidata, que na eleição passada foi alçada à condição de cabeça de chapa após a morte do ex-governador Eduardo Campos, disse que está acostumada com a falta de "abundância" de verbas e tempo de TV.

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Desta vez, ela corre o risco de sequer participar dos debates entre os candidatos na TV.

Pelas regras aprovadas pelo Congresso, a participação de um pré-candidato está garantida apenas se o partido tiver pelo menos cinco parlamentares (entre deputados federais e senadores). O partido de Marina tem apenas dois deputados e um senador. Caso o candidato não tenha o mínimo, sua participação depende da concordância dos outros candidatos.

"Tem que ter o aceite dos demais; se não tiver, paciência. A lei é para todos. Vou debater com a sociedade", disse ela que afirmou que conversa sobre possíveis alianças , mas garantiu que só fará acordos programáticos.

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