Os cerca de 2 mil médicos com diploma estrangeiro que participam da segunda etapa do Programa Mais Médicos vão iniciar os atendimentos em uma semana. Eles atuarão a partir da próxima segunda-feira em unidades básicas de Saúde de 783 municípios e ocuparão apenas as vagas remanescentes, não preenchidas por brasileiros com diploma nacional, que têm prioridade.
Depois de passar, nas últimas três semanas, pelo módulo de capacitação e avaliação em universidades federais, os médicos formados no exterior começaram a chegar no sábado aos Estados onde irão trabalhar. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, foi a duas capitais - Goiânia e São Paulo - para recepcionar os profissionais. O deslocamento deve ocorrer, segundo o ministério, até quarta-feira.
Antes de serem encaminhados aos municípios onde atenderão à população, os médicos ficarão nas capitais, onde estudarão, ao longo desta semana, os problemas de saúde mais comuns da região e terão informações sobre a rede de saúde do Estado. A ambientação é considerada fundamental pelo governo, uma vez que é nessa fase que eles conhecem hospitais, clínicas ou outras unidades de saúde para onde devem encaminhar pacientes que necessitem de atendimento especializado, como cirurgias. O grupo, formado por 2.167 médicos, vai se juntar aos 1.499 profissionais - 819 brasileiros e 680 estrangeiros - que já estão atuando em regiões carentes do País.
Para que possam começar a trabalhar, eles também receberão, ao longo da semana, os registros emitidos pelo Ministério da Saúde, que passou a ter a competência para conceder o documento, conforme alteração estabelecida na Lei do Mais Médicos, sancionada na semana passada pela presidente Dilma Rousseff. Antes, a atribuição era dos conselhos regionais de Medicina.
O Nordeste é a região que receberá o maior número de profissionais, 928. Em seguida, vêm o Sudeste (517), o Norte (358), o Sul (244) e o Centro-Oeste (120). Com os novos médicos, a cobertura do programa passará de 5 milhões para 13 milhões de brasileiros, conforme o Ministério da Saúde. Os profissionais do programa recebem bolsa de R$ 10 mil por mês e ajuda de custo pagos pelo Ministério da Saúde. Os municípios são responsáveis por garantir alimentação e moradia.
ENTENDA O 'MAIS MÉDICOS' |
- Profissionais receberão bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, e farão especialização em atenção básica durante os três anos do programa. |
- As vagas serão oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros, interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais. |
- No caso do não preenchimento de todas as vagas, o Brasil aceitará candidaturas de estrangeiros. Eles não precisarão passar pela prova de revalidação do diploma |
- O médico estrangeiro que vier ao Brasil deverá atuar na região indicada previamente pelo governo federal, seguindo a demanda dos municípios. |
- Criação de 11,5 mil novas vagas de medicina em universidades federais e 12 mil de residência em todo o País, além da inclusão de um ciclo de dois anos na graduação em que os estudantes atuarão no Sistema Único de Saúde (SUS). |