Inca publica recomendações para tratamento do câncer de mama

31 out 2011 - 11h40
(atualizado às 12h03)
Luís Bulcão
Direto do Rio de Janeiro

Responsável pela morte de 12 mil mulheres por ano, o câncer de mama é o tumor que mais mata mulheres no Brasil. Para enfrentar a doença, o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) lançou nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro, sete novas recomendações. No ano passado, em decorrência do Outubro Rosa, o Inca havia divulgado sete recomendações para a prevenção. Neste ano, a meta é melhorar o tratamento do câncer de mama no País.

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Foto: Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Entre as recomendações (confira lista abaixo), está a indicação para que a mulher que tenha a doença diagnosticada inicie o tratamento em até três meses. Segundo o Inca, quanto mais cedo o tratamento tiver início, maior será a expectativa de vida da mulher. "O objetivo do Outubro Rosa é fornecer para a sociedade informação de qualidade", afirma o diretor-geral do Inca, Luiz Antônio Santini.

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De acordo com o Inca, o Brasil vai ter 500 mil novos casos de câncer por ano. Desse total, 49.240 são relativos aos tumores de mama. O Rio de Janeiro é o Estado de maior incidência da doença, com 88,3 casos por 100 mil mulheres. O segundo Estado de maior incidência é o Rio Grande do Sul, com 81,57 casos por 100 mil mulheres, seguido por São Paulo (68,04)e Paraná (54,46).

Segundo o Ministério da Saúde, serão investidos até 2014 R$ 4,5 milhões na prevenção e no tratamento do câncer de mama e do câncer de colo de útero.

Confira a lista do Inca

1. Toda a mulher com diagnóstico de câncer de mama confirmado deve iniciar seu tratamento o mais breve possível, não ultrapassando o prazo máximo de 3 meses.

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Estudos científicos mostram que atraso superior a três meses entre o diagnóstico e o início do tratamento do câncer de mama comprometem a expectativa de vida da mulher (sobrevida).

2. Quando indicado, o tratamento complementar de quimioterapia ou hormonioterapia deve ser iniciado no máximo em 60 dias e o de radioterapia no máximo em 120 dias.

O prazo para o início do tratamento complementar é um componente crítico no cuidado do paciente com câncer de mama. Atrasos no início do tratamento complementar aumentam o risco de recorrência local da doença e diminuem a sobrevida. Em algumas situações de tratamento com quimioterapia, a radioterapia pode ocorrer após os 120 dias.

3. Toda mulher com câncer de mama deve ter seu diagnóstico complementado com a avaliação do receptor hormonal.

Os receptores hormonais são proteínas que se ligam aos hormônios mediando seus efeitos celulares. A avaliação é feita no material da biópsia que medirá um percentual dos receptores nas células tumorais. A dosagem desses receptores permite identificar as mulheres que irão se beneficiar do tratamento complementar chamado hormonioterapia. A presença de receptores hormonais nos tumores de mama é alta na população e aumenta com a idade.

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4. Toda mulher com câncer de mama deve ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar especializada que inclua médicos (cirurgião, oncologista clínico e um radioterapeuta), enfermeiro, psicólogo, nutricionista, assistente social e fisioterapeuta.

O câncer de mama é uma doença complexa cujo tratamento requer a cooperação de diferentes profissionais e saberes. A experiência mundial aponta que serviços que oferecem uma abordagem multidisciplinar e multiprofissional têm melhor desempenho no tratamento do câncer de mama.

5. Toda mulher com câncer de mama deve receber cuidados em um ambiente que acolha suas expectativas e respeite sua autonomia, dignidade e confidencialidade.

Acolher as mulheres em suas necessidades nas diferentes etapas do tratamento, por meio de abordagem humanizada que respeite seus direitos, possibilita um melhor enfrentamento da doença.

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6. Todo hospital que trata câncer de mama deve ter Registro de Câncer em atividade.

Os Registros Hospitalares de Câncer coletam informações essenciais para acompanhar, monitorar e avaliar a qualidade do tratamento oferecido à mulher. As informações dos Registros subsidiam a implementação de políticas e ações de melhoria contínua na busca de padrões de excelência no tratamento.

7. Toda mulher com câncer de mama tem direito aos cuidados paliativos para o adequado controle dos sintomas e suporte social, espiritual e psicológico.

O câncer é uma doença que fragiliza seu portador e familiares em diferentes dimensões da vida. O suporte social, espiritual e psicológico para os pacientes e familiares fortalece os sujeitos para o enfrentamento da doença.

Fonte: Especial para Terra
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