Das brigas de rua ao ouro olímpico: Robson Conceição conquista medalha inédita para o Brasil

16 ago 2016 - 20h41
(atualizado às 22h07)
Experiência pesou na vitória, diz boxeador, que disputou sua terceira Olimpíada
Experiência pesou na vitória, diz boxeador, que disputou sua terceira Olimpíada
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O pugilista Robson Donato Conceição, de 27 anos, conquistou a 1º medalha de ouro no boxe olímpico do Brasil ao derrotar na noite desta terça-feira o boxeador francês Sofiane Oumiha por decisão unânime.

"Eu tive uma infância humilde, tinha que acordar cedo, ir para a escola e ajudar minha vó na feira. Hoje eu fui recompensado", afirmou o pugilista logo após a luta no Riocentro.

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Conceição dominou a luta do início ao fim. No primeiro round, teve desempenho um pouco superior ao francês - 10 pontos a 9. O segundo round foi totalmente dominado pelo brasileiro, que levou o francês à lona em uma ocasião.

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No terceiro e último round, o público já comemorava vitória muito antes ao fim da luta. Oumiha conseguia certar poucos golpes em Conceição e já estava visivelmente cansado. A vitória na final dos pesos leves (até 60 kg) foi anunciada logo depois.

O brasileiro já havia garantido um lugar no pódio no último domingo, ao derrotar o cubano Jorge Álvarez por decisão unânime dos juízes.

Essa é a terceira vez consecutiva que o pugilista participa de uma Olimpíada, mas ele nunca havia obtido nenhuma medalha.

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"Vim mais experiente, nas outras duas edições eu era muito novo, sem experiência. Agora quero festa (quando chegar) no dia 18 em Salvador", disse ele.

Incentivado pela avó, Conceição entrou em um projeto social que ensinava boxe para jovens entre 13 e 16 anos em Salvador
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Conceição decidiu começar a treinar boxe aos 13 anos, "depois de arrumar algumas brigas nas ruas de Salvador", como conta a Confederação Brasileira de Boxe.

Mas em vez de melhorar a habilidade de brigar na rua - algo que passou a achar sem sentido -, começou a despontar nos ringues.

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Foi sua avó, quem ajudava no trabalho na feira, quem o incentivou a entrar em um projeto social que ensinava boxe para jovens entre 13 e 16 anos.

Antes de se tornar o primeiro campeão olímpico do boxe brasileiro, ele tinha entre suas conquistas um ouro nos Jogos Sul-Americanos de Santiago (2014), um vice-campeonato no mundial de Baku (2013), uma medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara (2011) e um ouro nos Jogos Mundiais Militares do Rio (2011).

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Seu principal objetivo profissional até então era uma medalha olímpica - ele decidiu adiar sua entrada nas categorias profissionais do boxe exatamente para se preparar para a Rio 2016.

Conceição é terceiro-sargento da Marinha. Ele foi incorporado à força no Programa de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas.

Após a luta, agradeceu o apoio da Força e bateu continência no final do hino brasileiro quando estava no lugar mais alto do pódio.

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