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Protesto em Vitória reúne 3,5 mil pessoas e acaba em conflito

26 jun 2013 - 22h39
(atualizado às 22h55)
<p>A manifestação em Vitória nesta quarta-feira reuniu aproximadamente 3,5 mil pessoas, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social</p>
A manifestação em Vitória nesta quarta-feira reuniu aproximadamente 3,5 mil pessoas, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social
Foto: Acácio Rodrigues / Especial para Terra

A manifestação em Vitória nesta quarta-feira reuniu aproximadamente 3,5 mil pessoas, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, número muito abaixo do esperado pelas informações em uma rede social, onde cerca de 20 mil manifestantes confirmaram presença no ato. Uma minoria cometeu atos de vandalismo ao longo da manifestação e lojas próximas ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES), onde aconteceu grande confusão na última quinta-feira, foram depredadas. Até as 21h, 50 pessoas haviam sido detidas.

O grupo saiu da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e seguiu para a Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales). Uma minoria, porém, decidiu estragar a passeata, que teve um grande número de crianças e adolescentes. Criminosos furtaram objetos pessoais de manifestantes e um jornalista. Uma zona de guerra se formou próximo à praça do pedágio da Terceira Ponte, que liga a capital Vitória à cidade de Vila Velha.

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Cerca de 150 manifestantes tentavam atravessar a ponte, quando foram recebidos por bombas lançadas pelo Batalhão de Missões Especiais (BME). O grupo saía de Vila Velha em direção à capital, e não pôde seguir adiante.

Na praça do pedágio da Terceira Ponte, onde na semana passada os guichês foram destruídos por vândalos, outra zona de conflito se formou. O BME formou uma barreira para impedir que os criminosos agissem no mesmo local. Houve conflito entre as partes e um grande bombardeio de efeito moral e gás lacrimogêneo para afastar os arruaceiros.

Os manifestantes que não conseguiram chegar à Vitória voltaram para Vila Velha e se juntaram a outras pessoas pelas ruas. O grupo seguiu até a Residência Oficial do governador, onde houve confusão no último dia 17, no primeiro ato público realizado no Espírito Santo desde o início das manifestações que se espalharam pelo Brasil. Novamente houve conflito com a polícia, depredação do patrimônio público, e tiros de borracha para amenizar a bagunça feita por vândalos.

Passeata 'sonora' em Vitória

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Os manifestantes deixaram a Ufes por volta das 18 horas. Milhares de vozes ecoavam “vem pra rua”. Apesar do número de pessoas bem abaixo do esperado, instrumentos sonorizavam o clamor dos manifestantes, que novamente levaram cartazes e reivindicaram alguns temas que vêm sendo discutidos desde o início das manifestações pelo País.

Os moradores da avenida Reta da Penha e proximidades apareceram nas varandas e janelas. Eles piscaram luzes, balançaram toalhas e jogaram balões de cor branca para os manifestantes.

Manifestantes sentados 

Na avenida Américo Buaiz, em frente à Ales, manifestantes ergueram seus cartazes e faixas. Boa parte do grupo se sentou no local, ato que chamou a atenção dos presentes. 

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Especial para Terra
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