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Parada Gay de SP terá trio elétrico em protesto contra Marco Feliciano

Marcado para o dia 2 de junho, o evento terá show de encerramento e propõe luta contra o retrocesso: "para o armário nunca mais"

2 mai 2013 - 13h41
(atualizado às 13h58)
<p>'Estamos vivendo como se estivéssemos na era das cavernas', afirma diretor-executivo da Parada Gay</p>
'Estamos vivendo como se estivéssemos na era das cavernas', afirma diretor-executivo da Parada Gay
Foto: Bruno Santos / Terra

A 17ª Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), programada para o dia 2 de junho na avenida Paulista, terá como tema central a luta contra o "retrocesso". Com o mote "para o armário nunca mais", os organizadores pretendem chamar a atenção para o que eles chamam de ação de "segmentos religiosos fundamentalistas", que estariam agindo no legislativo brasileiro. Um dos alvos será o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH) da Câmara, a quem os manifestantes reservaram um dos trios elétricos da parada como forma de protesto.

"Não queremos retrocesso como vem sendo imposto por alguns segmentos de religiosos fundamentalistas. Ainda hoje ouvi que está sendo cogitada a votação da 'cura gay' na Câmara dos deputados. Não podemos retroceder e ver retirados direitos que já conseguimos", afirma Fernando Quaresma, presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT.

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O deputado Marco Feliciano (PSC-SP), que preside a CDH da Câmara desde o dia 7 de março de 2013, é um pastor da igreja Assembleia de Deus. Causou polêmica em 2011, quando publicou declarações polêmicas em seu Twitter sobre africanos e homossexuais. "Sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids, fome... Etc", escreveu.

O parlamentar, que está em seu primeiro mandato, postou ainda, na época, que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime, à rejeição". Em função das mensagens homofóbicas e racistas, ele é alvo de protestos desde que foi indicado para o cargo na comissão.

O diretor-executivo da Parada, Nelson Matias, diz que a conscientização da população para a causa LGBT é essencial. "Vivemos uma época de retrocesso. Estamos vivendo como se estivéssemos na era das cavernas. Estado laico é colocado em dúvida. Não só os LGBTs, mas todos têm de lutar contra isso", diz ele.

Faltando um mês para o evento, Matias afirma que maio é um mês em que a luta pela visibilidade dos LGBTs deverá ser intensa. "Se todos fossem tratados como cidadãos, não precisaríamos tomar as ruas do Brasil e do mundo", diz ele.

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De acordo com ele, a presença de Feliciano à frente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados é apenas "a ponta do iceberg". "Sabemos que ele não está sozinho. Eles vão se revezando para atuar contra a nossa causa", afirmou.

Até agora, a presença de pelo menos 17 trios elétricos está confirmada. O último deles deverá ser reservado para um protesto contra a presença de Feliciano na presidência da CDH. Ao contrário do que ocorreu nos últimos anos, está previsto um show para o encerramento do evento, que ocorrerá às 20h, na praça da República, região central de São Paulo. Está confirmada a apresentação de Ellen Oléria, vencedora do The Voice. Daniela Mercury foi convidada, mas ainda não tem a presença confirmada - recentemente, a cantora baiana assumiu publicamente uma relacionamento homoafetivo com uma jornalista.

A ideia da realização do show, que já ocorreu em outras ocasiões, é dar um encerramento oficial para o evento. De acordo com Julian Rodrigues, da Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual da Prefeitura de São Paulo, a concentração do público contribui para uma dispersão mais segura ao final da festa. "O que vinha acontecendo é que, no fim da avenida da Consolação, os trios eram desligados e o público se dispersava desordenadamente. Com o show, acreditamos que o evento termine de forma mais segura", diz.

De acordo com o major Ben-Hur, a Polícia Militar de São Paulo vai disponibilizar 1,2 mil homens para a segurança do evento, que também terá o apoio da Guarda Civil Metropolitana para coibir a venda de produtos ilegais durante a Parada.

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Fonte: Terra
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