"O mérito não é do ministro, é de Deus", diz pastor

Valdemiro Santiago recebeu fiéis na sede da Igreja Mundial do Poder de Deus, mas ocupação ultrapassou os 25% determinados pelo STF

4 abr 2021 - 18h19
(atualizado às 19h11)

Após a decisão do ministro Kassio Nunes Marques, que autorizou a realização de cultos presenciais neste domingo, 4, a Igreja Mundial do Poder de Deus recebeu fiéis em sua sede nacional, no Brás, região central de São Paulo. Na transmissão online dos cultos, realizados às 7h e às 10h, é possível ver o público desrespeitando as regras de distanciamento social impostas pelo STF e ultrapassando a capacidade máxima de 25% da lotação total.

Igreja Mundial do Poder de Deus realiza culto presencial em meio à pandemia, com público superior aos 25% determinados pelo STF
Igreja Mundial do Poder de Deus realiza culto presencial em meio à pandemia, com público superior aos 25% determinados pelo STF
Foto: Reprodução / Estadão

"Foi determinado por um ministro que as igrejas voltassem a ministrar culto. Mas o mérito não é do ministro, é de Deus", disse o pastor Valdemiro Santiago, logo no início da cerimônia. Entre aplausos dos presentes, ele ainda criticou as medidas de Alexandre Kalil (PSD), prefeito de Belo Horizonte que recorrer da decisão do Supremo e se opôs à realização de cultos e missas presenciais.

Publicidade

"Todo mundo que deseja enfrentar Deus, é louco. Porque isso foi ordem de Deus", comentou Santiago. Pela transmissão online, era possível ver que, apesar de usarem máscara facial, o número de presentes ultrapassava a determinação de 25% imposta pelo próprio Supremo para que as cerimônias fossem realizadas neste domingo de páscoa.

Em nota enviada ao Estadão, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) se opôs aos cultos e missas presenciais, mesmo durante o feriado. "O Conic orienta que, mesmo neste período de Páscoa, o ideal é que as pessoas #FiquemEmCasa. A celebração da Páscoa é algo muito importante para nós, cristãos. Mas é fato que vivemos tempos difíceis. Tempos atípicos. Neste sentido, a ida a um culto ou missa pode ser uma oportunidade a mais de se expor ao vírus", afirma o texto.

Procurada, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) disse respeitar as decisões governamentais e frisou que a determinação sobre o funcionamento das igrejas católicas cabia às arquidioceses. Já a Aliança de Batistas do Brasil afirmou que segue as orientações da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) para que os cultos não fossem realizados de forma presencial. "Entendemos que o templo somos nós. Em todo e qualquer tempo, sempre estaremos a favor da vida."

O Estadão tentou contato com a Igreja Mundial do Poder de Deus, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

Publicidade
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se