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Barragem tem risco de rompimento em SP; MP pede esvaziamento

Reservatório de água está em assentamento rural e, em caso de colapso, poderia atingir dezenas de famílias na cidade de Iaras

17 jul 2019 - 13h57
(atualizado às 14h42)

SOROCABA - O Ministério Público Federal (MPF) entrou com ação civil pública para obrigar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a esvaziar uma barragem com risco elevado de colapso no município de Iaras, no sudoeste paulista. O reservatório de água está no assentamento rural Zumbi dos Palmares e, em caso de rompimento, atingiria um núcleo de famílias assentadas pela União. Na ação, distribuída à 1ª Vara Federal de Avaré, o MPF pede a remoção imediata das famílias ameaçadas e obras emergenciais até ser iniciado o processo de esvaziamento.

Brumadinho - Barragem da Vale era considerada de baixo risco. 
Brumadinho - Barragem da Vale era considerada de baixo risco.
Foto: Corpo de Bombeiros de MG/Divulgação / Estadão Conteúdo

Conforme o MPF divulgou nesta quarta-feira, 17, em outubro de 2018 técnicos do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) constataram o risco severo de rompimento do reservatório Lagoa Rica e indicaram a necessidade de obras urgentes na barragem, que estava sem manutenção há vários anos.

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"Até agora, no entanto, as únicas intervenções na estrutura foram realizadas pela prefeitura de Iaras, de maneira pontual", informou, citando o risco de colapso iminente. Dezenas de famílias estão na rota de escoamento da água, em caso de rompimento. Eventual desastre destruiria também plantações agrícolas e reservas ambientais.

Segundo o laudo do Daee, as ações para garantir a segurança do reservatório custariam cerca de R$ 1,9 milhão. Ainda de acordo com a procuradoria da República, a alternativa mais barata e solução definitiva seria esvaziar o lago, com custo estimado em R$ 260 mil, mas o Incra alegou não dispor de recursos para contratar o serviço.

Conforme o procurador federal Fabrício Carrer, a restrição de recursos não é motivo para a omissão dos responsáveis. "A autonomia orçamentária das autarquias não impede que haja dotações extraordinárias concedidas pelo governo federal para a realização das obras", disse.

A barragem tem cerca de 400 metros de extensão e espelho d'água de 240 mil m², área equivalente a 250 campos de futebol. O MPF pede que as famílias sejam transferidas para locais mais seguros e que o Incra apresente de forma imediata os planos de segurança de barragem e de ação de emergência, obrigatórios para esse tipo de estrutura.

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A reportagem entrou em contato com o Incra, em Brasília, e ainda aguarda o retorno.

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