Motoristas paralisam transporte público de Florianópolis em apoio a MPL

4 jul 2013 - 17h39
(atualizado às 17h53)
<p>O Terminal Central de Florianópolis ficou completamente tomado de usuários que aguardam por ônibus</p>
O Terminal Central de Florianópolis ficou completamente tomado de usuários que aguardam por ônibus
Foto: Eduardo Valente / Especial para Terra

Motoristas e cobradores do sistema de transporte público de Florianópolis paralisaram as atividades na tarde desta quinta-feira. Os ônibus deixaram de circular por volta das 16 horas, horário em que estava prevista uma manifestação de integrantes do Movimento Passe Livre (MPL).

As primeiras informações são de que o sindicato da categoria determinou a paralisação das atividades como forma de apoio aos integrantes da Frente de Luta pelo Transporte Público e do Movimento Passe Livre. 

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O Terminal Central de Florianópolis (Ticen) está completamente tomado de usuários que aguardam por ônibus. Por volta das 12h, manifestantes tomaram a sede do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano (Setuf). 

Os grupos exigem a redução de tarifa e criação de uma comissão para estudos da possibilidade de implementação da tarifa zero na capital catarinense. Em nota, a Frente de Luta chamou a população para “tomar todos os terminais” de transporte nesta quinta. Os manifestantes informaram que irão acampar na sede do Setuf, que está localizada ao lado do principal terminal de ônibus, o Ticen.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

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A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas. 

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Fonte: Especial para Terra
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