Líder de tráfico da Favela do Moinho emitia ordens de dentro do presídio, aponta investigação

Segundo o MP, criminosos tentavam boicotar indenizações a moradores da comunidade do centro de São Paulo

8 set 2025 - 08h53
(atualizado às 10h47)

Uma operação foi deflagrada na manhã desta segunda-feira, 8, na Favela do Moinho, no centro da capital paulista, pelas polícias Militar e Civil em conjunto com o Grupo de Atuação Especial do Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado. Ação é um desdobramento de operação contra crime organizado realizada no ano passado.

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Conforme o MPSP, na continuidade das investigações, descobriu-se que a liderança presa da Favela do Moinho continuava a emitir ordens criminosas de dentro do presídio, com a finalidade de intimidar funcionários do Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), na tentativa de impedir que as famílias residentes aceitassem indenização pelas suas moradias sob o falso pretexto de resistência da comunidade local.

"O grupo criminoso tentava se reorganizar por meio do tráfico de entorpecentes e permanecia coagindo moradores e agentes públicos que trabalham na reurbanização da Favela do Moinho, cuja área será transformada em um parque público, assim como as famílias serão realocadas e devidamente indenizadas pelas suas moradias", acrescenta o órgão estadual.

O objetivo da Operação Sharpe é desarticular essa organização criminosa que atua na comunidade. São cumpridos 10 mandados de prisão preventiva e 21 de busca e apreensão.

Suspeitos de chefiar tráfico na Favela Moinho são alvos de operação do MP e da PM
Suspeitos de chefiar tráfico na Favela Moinho são alvos de operação do MP e da PM
Foto: Reprodução/TV Globo

Prisões realizadas nesta segunda-feira

Segundo o MP, o alvo principal é Alessandra Moja, que se apresentava como líder comunitária e é irmã do traficante Leonardo Moja, conhecido como Leo do Moinho. Ele chefiava o tráfico no local e foi preso no ano passado. Ela foi detida nesta manhã.

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Além dela, José Carlos Silva, que teria sido escolhido como substituto de Leonardo na liderança, e Jorge de Santana, proprietário de um bar e responsável por armazenar drogas e armas. Também foram presos: Yasmin Moja, Leandra Maria, Paulo Rogério e Cláudio Celestino. O Estadão tenta localizar as defesas de todos os alvos.

Desdobramento de operação do ano passado

A ação desta segunda-feira é um desdobramento da operação Salus et Dignitas, deflagrada em 6 de agosto de 2024 com o objetivo de desarticular ações do crime organizado na região do centro de São Paulo denominada como Cracolândia.

"A operação teve como resultado a quase total eliminação das cenas abertas de uso de drogas na região, já que o tráfico de drogas era, segundo o levantamento feito por um ano, apenas uma das vertentes dos crimes cometidos em um ambiente transformado em um verdadeiro 'ecossistema para o cometimento de ilícitos', cujas ordens centrais partiam do Primeiro Comando da Capital (PCC) no interior da comunidade conhecida como "Favela do Moinho", disse MPSP.

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