Amorim se reúne com Dilma e comando das Forças Armadas

6 ago 2011 - 15h40
Luciana Cobucci
Direto de Brasília

O novo ministro da Defesa, o chanceler Celso Amorim, se reuniu na tarde deste sábado com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidente. Após o encontro, Amorim segue para o Palácio do Planalto, onde se encontra com membros do alto comando das Forças Armadas. Amorim foi convidado por Dilma para chefiar o Ministério da Defesa após polêmicas declarações do ex-ministro Nelson Jobim, que pediu demissão na última quinta-feira. A posse de Amorim deve acontecer na semana que vem, a depender da agenda da presidente.

<p>No dia 15 de março, a presidente Dilma Rousseff fez sua primeira substituição na Esplanada dos Ministérios em 2013, trocando o pedetista Brizola Neto (dir.) pelo secretário-geral da legenda, Manoel Dias (SC), no comando do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Ele já havia sido cotado para comandar o MTE quando Carlos Lupi caiu por denúncias de corrupção. Dias é um pedetista histórico e ajudou a fundar o partido em 1980 ao lado de Leonel Brizola e de Dilma Rousseff</p>
No dia 15 de março, a presidente Dilma Rousseff fez sua primeira substituição na Esplanada dos Ministérios em 2013, trocando o pedetista Brizola Neto (dir.) pelo secretário-geral da legenda, Manoel Dias (SC), no comando do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Ele já havia sido cotado para comandar o MTE quando Carlos Lupi caiu por denúncias de corrupção. Dias é um pedetista histórico e ajudou a fundar o partido em 1980 ao lado de Leonel Brizola e de Dilma Rousseff
Foto: Arte / Terra

Jobim é ministro de Lula desde 2007 e foi presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-ministro caiu após declarações dadas à revista Piauí, reveladas pelo jornal Folha de S.Paulo. Na entrevista, Jobim teria considerado a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, "fraquinha" e dito que a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, "sequer conhece Brasília". Jobim negou ter feito as críticas e disse que as informações seriam "parte de um jogo de intrigas".

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O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), minimizou a declaração de Jobim, dizendo que a articuladora política do governo, Ideli Salvatti, "é até bem gordinha, não é bem fraquinha". Depois de reunir-se com Ideli, o líder do PR na Câmara dos Deputados, Lincoln Portela (MG), disse que a ministra "brincou" em relação ao que disse Sarney: ele "quis dizer que ela estava 'fortinha', não gordinha". Segundo o deputado, Ideli não teceu nenhum comentário sobre o ministro Jobim durante a reunião. "Relevou isso e está seguindo em frente", disse.

Na última semana, outra declaração de Jobim à imprensa gerou mal-estar no governo. Em entrevista, ele declarou seu voto no tucano José Serra nas eleições presidenciais do ano passado. A série de frases polêmicas, contudo, começou no início de julho, em uma cerimônia em homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no Senado Federal. Ao discursar, citou o dramaturgo Nelson Rodrigues, dizendo que "os idiotas perderam a modéstia". A falta foi interpretada como uma insatisfação do ministro com sua situação no governo. Mais tarde, porém, ele disse que se referia a jornalistas.

Jobim é o 3º ministro em 8 meses

Este é o terceiro ministro que cai em oito meses de governo Dilma. O primeiro foi o ex-ministro-chefe da Casa Civil Antonio Palocci, que não resistiu a denúncias de tráfico de influência e enriquecimento ilícito, e pediu demissão do cargo em 7 de junho deste ano. Menos de um mês depois, em 6 de julho, foi a vez do ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, que também pediu demissão depois de denúncias de superfaturamento de obras e pagamento de propina no âmbito do órgão.

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Fonte: Terra
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