A pansexualidade é uma orientação sexual cujo principal característica é a atração por pessoas de qualquer identidade de gênero e é representada pela sigla LGBTQIAPN+ com a letra P.
Você sabe o que significa o “P” da sigla LGBTQIAPN+? A letra representa pansexual, pessoas que podem se sentir atraída por outras, independentemente do gênero ou identidade de gênero delas.
Nos últimos anos, a palavra “pansexualidade” tem ganhado espaço, seja nas discussões sobre diversidade, nas redes sociais ou até mesmo na mídia. O que é muito importante, afinal, essa é a única forma de garantir que a sociedade seja representativa e inclusiva para todas as pessoas, independente de suas orientações sexuais.
Quanto mais falamos sobre isso, mais informação é disseminada e aos poucos, torna-se possível diminuir estigmas e preconceitos.
O que é pansexual?
A pansexualidade é uma orientação sexual, assim como outras tantas dentro do guarda-chuva da sigla LGBTQIAPN+. É caracterizada pela atração emocional, afetiva e/ou sexual por pessoas independentemente de seu gênero ou identidade de gênero.
De forma resumida, uma pessoa que se entende como pansexual acaba se sentindo atraída por outra, sem ter alguma restrição em relação ao gênero. Ou seja, pode se sentir atraída por homens, mulheres, pessoas não-binárias, transexuais, entre outras identidades de gênero.
Isso acontece porque, para as pessoas pansexuais, a identidade de gênero da outra pessoa não é um fator determinante para que exista a atração.
É importante lembrar, que como em qualquer orientação sexual, é fundamental respeitar a auto identificação das pessoas e reconhecer a importância da diversidade e das próprias experiências individuais, afinal, cada pessoa pansexual pode ter uma experiência única em relação à sua orientação
Pansexualidade x bissexualidade: qual a diferença?
É comum existir uma certa confusão em relação a bissexualidade e a pansexualidade. Isso se dá, principalmente, pelo fato de que ambas as orientações sexuais envolvem a atração emocional, afetiva e/ou sexual por mais de um gênero.
Mas é importante ressaltar que há uma diferença grande entre elas, isso porque, pessoas bissexuais se sentem atraídas por pessoas do mesmo gênero e também do oposto.
Já na pansexualidade, a experiência é completamente diferente. Ela enfatiza a possibilidade de se sentir atraído por qualquer pessoa, independentemente do gênero ou até mesmo quando não há um definido.
Entender essa diferença é fundamental, mas além disso, é importante não compactuar com o discurso de que uma pessoa bissexual é o oposto ou rival de uma pansexual. Essa narrativa enfraquece a comunidade LGBTQIAPN+ como um todo e deslegitima a identidade das pessoas.
Mitos sobre a pansexualidade
A comunidade LGBTQIAPN+ sofre até hoje com muitas violências, inclusive, com a necessidade de romper mitos que são pejorativos e prejudiciais. Com as pessoas pansexuais esse cenário não é diferente, sendo um grupo que é impactado com muita desinformação.
Esclarecer os mitos mais comuns ajuda a informar a sociedade como um todo, sendo uma ferramenta poderosa para lutar contra os estigmas.
Algumas frases que são ditas sobre a pansexualidade de forma equivocada são:
“Pansexualidade é apenas uma moda ou uma fase”. Essa frase é normalmente dita por pessoas que buscam invalidar pessoas pansexuais. Reproduzir essa narrativa só aumenta o preconceito, pois coloca a pansexualidade como algo “da moda”, ou seja, que não é permanente.
Assim como alguém heterossexual ou homossexual não está “em uma fase”, pessoas pansexuais também não estão experimentando algo temporário.
“Pansexuais são promíscuos e não conseguem se relacionar”. Com certeza esse é um dos estereótipos mais ofensivos. Como uma forma de marginalizar o afeto e as relações das pessoas pansexuais, esse discurso preconceituoso ataca diretamente o fato que a pansexualidade permite sentir atração por pessoas, independentemente de seu gênero.
É importante lembrar que a orientação sexual não determina o comportamento afetivo ou sexual de ninguém e nem deve ser julgado dessa forma.
“Pansexuais são pessoas indecisas sobre sua sexualidade.” Dizer que pessoas pansexuais são “indecisas” é um estereótipo equivocado e ofensivo. Esse mito parte de uma visão limitada da sexualidade, que considera apenas categorias binárias, como “heterossexual” ou “homossexual”, ou seja, pessoas que se sentem atraídas por apenas um gênero.
Pessoas pansexuais não são indecisas, mas sim, não limitam suas possibilidades de atração ao gênero da outra pessoa. A atração pode acontecer com homens, mulheres, pessoas não-binárias, trans, intersexo, entre outras, já que o gênero não é o fator determinante para essa conexão.
Bandeira pansexual
Você já deve ter visto a bandeira do arco-íris, que é a mais conhecida, mas a pansexualidade também possui o seu próprio símbolo político e de visibilidade. A bandeira do orgulho pansexual é representada por três faixas nas cores rosa, amarelo e azul e cada uma delas possui um significado:
A bandeira do orgulho pansexual é composta por três faixas horizontais:
- Rosa: representa atração por pessoas que se identificam com o gênero feminino;
- Amarelo: simboliza atração por pessoas que não se identificam dentro do binário tradicional de gênero (ou seja, pessoas não-binárias);
- Azul: representa atração por pessoas que se identificam com o gênero masculino.
- Ou seja, a inclusão das três cores destaca a capacidade de sentir atração independentemente do gênero da pessoa, reforçando assim a ideia de que a atração pansexual não está limitada a uma categoria específica de gênero
Representatividade e visibilidade pansexual
Ver pessoas pansexuais em posições de destaque, seja na mídia, nas redes sociais, no entretenimento ou em espaços de liderança fortalece a representatividade, além de combater estereótipos.
Quando uma pessoa pública se identifica como pansexual e se posiciona é um ato político, que vai contra à normatividade, ao mesmo tempo, que permite com que outras pessoas da comunidade possam se sentir pertencentes à espaços que foram historicamente negados.
Algumas personalidades públicas que se identificam como pansexuais incluem:
Miley Cyrus
A cantora e atriz, afirmou que se reconhece como pansexual. Em 2016, Miley Cyrus disse que “nunca soube muito bem qual a minha sexualidade” e que pansexualidade abarcava os seus desejos.
Brendon Urie
O vocalista da banda Panic! At The Disco, já falou abertamente sobre sua pansexualidade. Em uma entrevista dada à uma revista de Nova York, a Paper ele assumiu se sentir atraído por pessoas, independente do gênero.
Rainer Cadete
Ator brasileiro, conhecido por papéis na televisão, também se declarou pansexual. Famoso por seus papéis em Vidas Secretas 2 e Terra e Paixão, afirmou que acredita que o respeito é a base de tudo e que se considera pansexual, mesmo acreditando que a sexualidade é algo muito pessoal.
A pansexualidade é uma orientação sexual legítima e assim como as outras, precisa ser respeitada.
Quer saber mais sobre a comunidade LGBTQIAPN+? Leia a editoria NÓS do Terra!