O delegado que foi filmado agredindo uma mulher após um acidente de trânsito em Aurora (CE), no último sábado, 11, foi preso preventivamente na tarde deste domingo, 12. Paulo Hernesto Pereira Tavares, de 36 anos, estava embriagado quando agrediu a vítima, e chegou a pagar fiança para ser solto, mas após a determinação da Justiça, voltou a ser detido.
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra a autoridade alterada após um acidente de trânsito. Nas imagens, é possível ver agentes da Polícia Militar conversando com um homem, que parece explicar a situação. No momento em que a câmera vira, Tavares é flagrado dando um forte tapa no rosto da mulher, e chega a apontar o dedo para ela, em tom de ameaça. Ele é contido por agentes.
Após a agressão, ele foi levado ao DP da cidade, e teve o distintivo, as armas e a carteira funcional de delegado recolhidos, bem como foi afastado do cargo por determinação do governador do Ceará, Elmano de Freitas. Na ocasião, ele foi autuado somente por embriaguez ao volante, conforme informou o Ministério Público, pagou fiança e foi liberado.
O MP informou que representou pela prisão preventiva dele por não concordar com a fiança arbitrada pelo delegado plantonista. O pedido foi aceito pela Justiça, que determinou a detenção.
Segundo o órgão, a Promotoria fundamentou em seu pedido a prática de lesão à mulher que aparece no vídeo, e ainda uma lesão corporal a um adolescente de 16 anos, bem como a um outro homem já identificado e ouvido, além de ameaças e ofensas às vítimas, aos policiais militares que atenderam a ocorrência e seus familiares, e um advogado que atuava no caso.
O MP informou ainda que Tavares já é réu pelos crimes de embriaguez ao volante e violência doméstica, e investigado por prevaricação. Ele foi preso por equipes do Departamento de Polícia Judiciária do Interior Sul (DPJI-Sul) e da Delegacia Regional do Crato, no município do Crato.
Em nota, a Polícia Civil informou que um processo disciplinar foi instaurado e que tem colaborado com a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), com encaminhamentos de procedimentos para que o caso seja rigorosamente apurado e o servidor seja punido conforme a lei e os parâmetros disciplinares da Controladoria Geral de Disciplina.
Tanto a Polícia quanto o Ministério Público reitera que repudiam veementemente qualquer tipo de violência contra a mulher.