Delegada é vítima de injúria racial ao participar de live: 'Tá mais para empregada doméstica'

Comentários ofensivos, que incluíam xingamentos de cunho racista e misógino, começaram a repercutir negativamente logo após a live

8 out 2025 - 17h39
(atualizado às 20h40)
Resumo
A delegada Thays do Carmo Oliveira foi alvo de injúria racial e misoginia durante uma live; a Polícia Civil identificou uma suspeita de 18 anos, que admitiu arrependimento, e investigações seguem para responsabilizar os autores.
Delegada Thays do Carmo Oliveira de Bessa, da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário de Dourados (MS)
Delegada Thays do Carmo Oliveira de Bessa, da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário de Dourados (MS)
Foto: Reprodução/Instagram:@bessa.thays

A delegada Thays do Carmo Oliveira de Bessa, da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário de Dourados (MS), foi alvo de ofensas racistas, machistas e misóginas em comentários durante uma live que concedia a um portal de notícias. Uma pessoa já foi identificada como suspeita e está sendo investigada pela Polícia Civil.

Os comentários ofensivos, que incluíam xingamentos de cunho racista e misógino, começaram a repercutir negativamente logo após a live. Um deles, que está entre os investigados pela polícia, dizia: “Tá mais para ser empregada doméstica daqui da minha casa que qualquer outra coisa e tratar ela igual cachorro".

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A Polícia Civil identificou e localizou uma jovem de 18 anos, que está entre as suspeitas de fazer os comentários nas redes sociais. A identificação foi possível por meio das próprias postagens. Ela foi levada à delegacia para prestar depoimento, onde afirmou não estar consciente quando fez o comentário e que está arrependida. 

Delegado foi alvo de comentários ofensivos nas redes sociais
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Um inquérito foi instaurado e a jovem poderá ser indiciada. As investigações continuam sob responsabilidade do Setor de Investigações Gerais (SIG) de Dourados, que tentam localizar os demais suspeitos. O caso é investigado como injúria racial, crime equiparado ao racismo pela Lei nº 14.532/2023, inafiançável e imprescritível, com pena de reclusão de dois a cinco anos e multa. 

A Associação dos Delegados de Polícia de Mato Grosso do Sul (Adepol/MS) repudiou os ataques em uma nota, classificando-os como "descabidos". Em publicação nas redes sociais, o presidente da Adepol-MS, delegado André Matsushita, afirmou que "imediatamente foram instaurados inquéritos policiais" e que algumas pessoas, "inclusive de fora do estado", já foram identificadas.

"Elas irão responder criminalmente e civilmente por danos morais, porque isso não vai ficar assim. Doutora Thays, continue trabalhando com a mesma garra!", declarou Matsushita. A associação esclareceu que todas as medidas judiciais, criminais e cíveis, para reparação de danos morais estão sendo promovidas.

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Fonte: Portal Terra
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