A delegada Thays do Carmo Oliveira foi alvo de injúria racial e misoginia durante uma live; a Polícia Civil identificou uma suspeita de 18 anos, que admitiu arrependimento, e investigações seguem para responsabilizar os autores.
A delegada Thays do Carmo Oliveira de Bessa, da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário de Dourados (MS), foi alvo de ofensas racistas, machistas e misóginas em comentários durante uma live que concedia a um portal de notícias. Uma pessoa já foi identificada como suspeita e está sendo investigada pela Polícia Civil.
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Os comentários ofensivos, que incluíam xingamentos de cunho racista e misógino, começaram a repercutir negativamente logo após a live. Um deles, que está entre os investigados pela polícia, dizia: “Tá mais para ser empregada doméstica daqui da minha casa que qualquer outra coisa e tratar ela igual cachorro".
A Polícia Civil identificou e localizou uma jovem de 18 anos, que está entre as suspeitas de fazer os comentários nas redes sociais. A identificação foi possível por meio das próprias postagens. Ela foi levada à delegacia para prestar depoimento, onde afirmou não estar consciente quando fez o comentário e que está arrependida.
Um inquérito foi instaurado e a jovem poderá ser indiciada. As investigações continuam sob responsabilidade do Setor de Investigações Gerais (SIG) de Dourados, que tentam localizar os demais suspeitos. O caso é investigado como injúria racial, crime equiparado ao racismo pela Lei nº 14.532/2023, inafiançável e imprescritível, com pena de reclusão de dois a cinco anos e multa.
A Associação dos Delegados de Polícia de Mato Grosso do Sul (Adepol/MS) repudiou os ataques em uma nota, classificando-os como "descabidos". Em publicação nas redes sociais, o presidente da Adepol-MS, delegado André Matsushita, afirmou que "imediatamente foram instaurados inquéritos policiais" e que algumas pessoas, "inclusive de fora do estado", já foram identificadas.
"Elas irão responder criminalmente e civilmente por danos morais, porque isso não vai ficar assim. Doutora Thays, continue trabalhando com a mesma garra!", declarou Matsushita. A associação esclareceu que todas as medidas judiciais, criminais e cíveis, para reparação de danos morais estão sendo promovidas.