Alpinista acusado de deixar namorada morrer congelada recusou resgate de helicóptero na Áustria

Homem é acusado de homicídio e negligência grave; caso ocorreu em escalada ao Grossglockner, em janeiro

11 dez 2025 - 10h07
(atualizado às 10h38)
Resumo
Alpinista austríaco é acusado de homicídio culposo e negligência após recusar resgate de helicóptero, resultando na morte de sua namorada por hipotermia durante escalada ao Grossglockner.
Alpinista acusado de deixar namorada morrer congelada recusou resgate de helicóptero na Áustria
Alpinista acusado de deixar namorada morrer congelada recusou resgate de helicóptero na Áustria
Foto: Reprodução

O alpinista austríaco Thomas Plamberber, de 36 anos, é acusado de homicídio culposo na Áustria após a morte de sua namorada, Kerstin Gurtner, de 33 anos, que morreu congelada no pico Grossglockner. O casal estava subindo ao cume de 3.799 metros de altitude no dia 18 de janeiro, e Thomas teria deixado Kerstin morrer ao recusar ajuda de um helicóptero, segundo a investigação.

A mulher era inexperiente em escaladas de montanhas, e teria sido deixada “desprotegida, exausta e hipotérmica” naquele dia, segundo as autoridades. Thomas confirmou à polícia que recusou a remoção dela por um helicóptero, que havia sido enviado para retirá-los da encosta após às 22 horas, segundo informações do jornal El País. As rajadas de vento eram de 70 km/h, com sensação térmica de -20ºC.

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O casal seguiu para o cume às 6h45 da manhã, e pouco depois das 13h, estavam a menos de 250 metros da chegada. Devido às condições da escalada, esse é considerado o ponto mais difícil da rota, o que teria atrasado a dupla. Com a chegada da noite, as equipes de resgate viram as luzes emitidas pelas lanternas dos dois, e socorristas foram até o local de helicóptero por volta das 22h.

Nesse momento, Thomas recusou que saíssem da trilha, e decidiu que o casal ficaria ali. O alpinista disse que os dois estavam bem, mas que pouco depois sua namorada “apresentou sinais crescentes de exaustão”, destacou El País.

Outro ponto de dúvida da investigação é que Thomas não respondeu às mensagens e ligações dos serviços de resgate. Ele afirmou à polícia que o celular estava no silencioso. O contato com os órgãos foi feito só às 00h30, quando as condições já não eram adequadas para o resgate de helicóptero.

O início do resgate precisou ser a pé. Thomas ficou com Kerstin até por volta das 2h, quando saiu para procurar outra pessoa que pudesse estar na trilha. Um novo pedido de ajuda foi feito só às 3h40.

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Kerstin foi encontrada morta no dia seguinte, por volta das 10h, a apenas 150 pés do cume, segundo promotores informaram ao jornal local Kronen Zeitung. A causa da morte foi hipotermia.

A mulher se arriscou no trecho final equipada com uma prancha de snowboard dividida e botas inadequadas. Os dois estavam sem kit de emergência. A Justiça diz que o namorado, um alpinista experiente, ignorou a falta de experiência da parceira.

Os telefones, relógios, fotos e vídeos da expedição foram analisados pelos investigadores. O Ministério Público do país destacou que Thomas não protegeu a namorada do frio com cobertores térmicos ou abrigo durante a espera.

A defesa do réu afirma que ele lamenta o ocorrido, e que a defesa considera a morte um “acidente trágico e fatídico”. Se condenado, o homem pode cumprir até três anos de prisão. O caso será julgado no Tribunal Regional de Innsbruck em 19 de fevereiro de 2026.

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Fonte: Portal Terra
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