Aos 49 anos, Gustavo Kuerten ainda mantém o mesmo jeito cativante e irreverente que conquistou o Brasil quando venceu Roland Garros pela primeira vez em 1997. Depois disso, ele ainda venceu o torneio no saibro de Paris mais duas vezes, venceu o ATP Finals e virou número um do mundo no tênis. Mesmo com esse currículo vitorioso, Guga mantém a humildade.
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Durante evento de patrocinador, em São Paulo, o ex-tenista aceitou o desafio da reportagem em montar o que seria uma tenista perfeito. Quem tem o melhor forehand? E o melhor backhand? Guga não ficou em cima do muro e mostrou que também está 'fonsequizado'.
"Eu acho que o João já está perto disso [de ser completo]. Junta aí o [Jannick] Sinner e o [Carlos] Alcaraz, da atualidade, faz o João. Quem sabe botava só o meu cabelo para disfarçar e desconcentrar o adversário", brincou.
Gerações diferentes
Atualmente, além da expectativa de repetir o sucesso do Manezinho da Ilha, nomes como Bia Haddad e João Fonseca precisam lidar com a pressão das redes sociais, o que não existia na época de Guga. Para o ídolo do tênis, o preço da exposição é alto, mas também permite uma tranquilidade maior em termos do lado financeiro.
"Tudo é proporcional. A exposição que eles têm, do recurso financeiro que eles recebem, os investimentos no tênis é uma escada que vai crescendo conforme essa visibilidade. Hoje ser tenista é, da mesma forma que era antes, ser reconhecido no mundo inteiro. É uma figura internacional. Mas a história se transformou muito porque eu vejo que o lado pessoal ficou muito mais blindado, o espaço foi diminuído em excesso. Eu teria uma enorme dificuldade de hoje em dia sair para jantar e as pessoas todas filmando. Eu não nasci assim", opinou em conversa com o Terra.
Apesar de deixar a sua conta no Instagram para controle da assessoria, Guga diz ser importante que os atletas marquem presença na plataformas: "Eles são a própria televisão. Não tem um meio do caminho, eles já chegam direto ao consumidor. Então, aí, eu acho que tudo é essa proporção que é natural. Dos negócios, da visibilidade, da expectativa. Mas, normalmente, eu confesso para vocês, a gente é o maior agente de requisição e de necessidade pela performance. O próprio jogador, ele tem uma necessidade já de fazer o melhor possível, render bem e o tempo inteiro quase que de uma forma incondicional."
Para o tricampeão de Roland Garros, a vantagem é que nos dias atuais os tenistas possuem recursos para poder fazer pausas na carreira, como é o caso de Bia Haddad, que encerrou a temporada mais cedo para cuidar da saúde mental.
"Hoje, eles podem parar um ano. Podem descansar um pouco mais. Coisa que, em 20 anos de carreira, fica razoável, tranquilo e mais, eu diria, generoso. O jogador na nossa época, a ideia era começar com 18 anos, com 25, 28, já estava quase que ladeira abaixo terminando", argumentou.