Onze vezes campeão do mundo, o americano Kelly Slater era uma dos milhares de pessoas presentes na praia de Jeffreys Bay que vivenciou segundos de terror ao acompanhar o ataque de tubarão a Mick Fanning na final da etapa sul-africana do Mundial de surfe. Passado o grande susto, o maior surfista de todos os tempos deu um abraço no amigo e postou no Instagram sua avaliação do episódio: para ele, o instinto salvou Fanning da morte.
“O instinto do Fanning elevado ao máximo nível e a sua postura de encarar o tubarão e deixar a prancha entre eles provavelmente salvaram a sua vida”, disse o surfista, que esteve na água minutos antes do que Fanning para a disputa da semifinal da etapa. Segundo Kelly, há relatos de que tubarões rondavam a área desde a manhã do último domingo.
“Eu recebi um e-mail de um amigo que diz ter visto claramente em uma tomada do drone a figura de um tubarão em uma onda durante as quartas de final”, disse Slater. Após o ataque, o campeonato foi cancelado, e Fanning e Julian Wilson, o outro finalista, dividiram os pontos e a premiação das duas primeiras colocações.
O ataque, inédito na história da primeira divisão de surfe mundial, provocou grande abalo e discussões. Como tradicional desde o começo dos anos 2000 no esporte, o evento era transmitido ao vivo pela internet. A câmera estava focada em Fanning no momento do incidente, aumentando a dramaticidade do episódio.
Embora haja avaliações divergentes, indicando que o episódio se tratou de um encontrão que assustou tanto o tubarão como o surfista, em seu relato Fanning disse que reagiu como se fosse um ataque, sentindo ser puxado para debaixo d’água após ser derrubado da prancha. “Só esperei vir os dentes”, disse, ainda em pânico.
No desespero, Fanning reagiu com socos e chutes. E mesmo assim a única marca em seu corpo não passou de um arranhão. “A única marca nele era um pequeno arranhão (provavelmente por atingir o tubarão) em sua mão esquerda” contou Slater.
